Cabo passa maus momentos nas bolsas, mas redes estão bem

Um paradoxo domina as discussões deste ano do maior evento de TV paga nos EUA, a NCTA Cable 2002, que acontece esta semana em New Orleans. Por um lado, Wall Street está jogando pesado com as empresas de TV paga (e telecomunicações como um todo), fazendo com que as cotações caiam continuamente. Por outro lado, a infra-estrutura de TV paga nunca esteve em momento melhor e as empresas nunca apresentaram taxas de crescimento tão significativas. Em 2001 o mercado americano de TV paga (incluindo cabo, DTH, MMDS, empresas de telefonia etc) chegou a 93,4 milhões de assinantes, sendo que perto de 76% desse mercado está com o cabo e pouco mais de 20% com as operadoras via satélite. Existem 7,2 milhões de assinantes de cable modem (o que dá quase 17% de penetração nos lares com TV paga e com PCs), as redes banda larga chegam a 86% dos lares (75% das redes são construídas em 550 MHz ou mais), existem 15,2 milhões de assinantes digitais e 1,7 milhão de usuários de telefonia por cabo.
Mesmo assim, as perguntas que são feitas aos operadores norte-americanos pela imprensa local são: "por que resultados tão ruins nas bolsas?". A resposta talvez esteja no total de investimentos feitos. Para que as redes norte-americanas atingissem o estágio atual, foram gastos desde 1996 US$ 60 bilhões, a maior parte vindos de empréstimos e financiamentos que ainda não se pagaram, e parecem longe disso. "Nunca crescemos tanto quanto no primeiro trimestre deste ano. Em termos operacionais, não podíamos estar melhor", diz Brian Roberts, presidente da Comcast. "A AOL Time Warner tem a liderança em absolutamente todos os segmentos em que atua. É o que de melhor podemos oferecer para o mercado. Talvez estejamos pagando o preço por termos estado, por tanto tempo, no centro da onda de exuberância", diz Richard Parsons, co-COO da AOL/Time Warner. Para Frank Daugart, da Thompson, todo este movimento de crescimento e melhoria das redes foi bancado por um dinheiro que vai demorar muito mais do que se imaginava para voltar."Por isso estamos todos sob pressão".

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