TV Cultura exibe documentário sobre os desafios do povo indígena Panará, quase extinto na década de 70

(Foto: Divulgação TV Cultura)

A TV Cultura exibe neste domingo, dia 9 de julho, às 16h, o documentário "Panará, A Sobrevivência de Um Povo", sobre os novos desafios de um povo indígena que chegou perto da extinção na década de 70. O filme foi produzido pelo departamento de Jornalismo da TV Cultura em parceria com o Amazon Rainforest Journalism Fund e o Pulitzer Center, tem reportagem de Leão Serva e imagens do fotógrafo Rogério Assis. 

O povo Panará viveu em áreas do Estado de São Paulo, na região de Socoraba, no século 16, e foi subindo o mapa do Brasil, fugindo às perseguições dos portugueses inicialmente, e depois de brasileiros, que rezavam pela cartilha expansionista. Passaram pelo Triângulo Mineiro, o Estado de Goiás e se estabeleceram finalmente na Serra do Cachimbo, na divisa entre o norte de Mato Grosso e o sul do Pará. A permanência dos Panará na região incomodou a ditadura militar, que planejava construir a rodovia 163, Cuiabá-Santarém, rasgando o território dos indígenas, na época chamados de Krenakore ou Caiapós do Sul. 

Avessos ao contato com os não indígenas, os Panará, descendentes de antigos guerreiros, tentavam permanecer isolados e em paz. Os militares pediram ajuda então aos sertanistas Orlando e Claudio Villas-Bôas, que acabaram por convencê-los a se transferir para o Parque Indígena do Xingu. A transferência foi desastrosa. Dos 400 homens, mulheres e crianças que viviam na Serra do Cachimbo, perto da cidade de Peixoto de Azevedo, apenas 75 estavam vivos no dia da mudança. Outros dez morreram no primeiro ano da transferência. Em 1997, graças a uma ação judicial, os Panará conseguiram voltar para a sua região original. Mas apenas uma parte dela continuava e continua de pé. O entorno foi tomado pelo crescimento das cidades, o garimpo e o agronegócio.

O documentário vai mostrar como vivem hoje os primeiros indígenas contatados pelo Villas-Bôas. Vai ao encontro de Sokriti e Akiã, os remanescentes daquela antiga aldeia e mostra os indígenas idosos que não falam português e que permanecem como um elo de transição entre os antigos Krenakore e os jovens Panará.

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