Vidcon realiza primeira edição no Brasil para debater economia criativa e marketing de influência  

(Foto: Mariana Toledo)

Começou nesta sexta-feira, dia 7 de julho, a primeira edição da Vidcon no Brasil. Realizado no São Paulo Expo, o evento vai reunir grandes nomes da economia criativa e do marketing de influência ao longo de três dias, em encontros e debates que somam mais de 40 horas de conteúdo. 

Na abertura, Fabricio Proti, SVP Ad Sales Latam & Country Manager Brazil da Paramount, revelou que a edição nacional vem sendo planejada há três anos, em um processo de criação de um evento inclusivo e diverso. Em sua fala, o executivo também agradeceu os parceiros: a Dream Factory, organizadora, e o Meio&Mensagem, curador desse primeiro dia, voltado para a indústria. Proti ressaltou que a Vidcon, que nasceu nos Estados Unidos há dez anos e viajou pelo mundo, já se tornou um marco na economia criativa global. "A economia criativa gera uma sociedade melhor e oportunidades para a indústria", pontuou. "Queremos ser um conector da indústria e um palco para a criatividade brasileira e inovação", completou. 

"O evento por si só já tem uma relevância enorme para o nosso setor. O que torna a Vidcon ainda mais especial é a marca, que já existe há mais de dez anos; a geração de insights, com tendências para o setor B2B e B2C; e as oportunidades de networking", acrescentou Fernanda Cozac, líder da área de marketing da Dream Factory. 

Criação de conteúdo como carreira sustentável

O trabalho dos criadores de conteúdo de diferentes tamanhos é pauta central do evento, que reúne nomes consolidados desse universo e aqueles que visam um futuro no meio. "Na minha visão, entendo que transformar a criação de conteúdo em uma carreira sustentável requer tempo, planejamento e uma estratégia – como toda carreira. Eu começaria escolhendo um nicho de atuação, que tem que ter a ver com nosso propósito, com o que a gente gosta e sabe fazer bem. Justamente para ter autoridade dentro daquele território e ser reconhecido pela comunidade por isso. Acho importante também originalidade, qualidade e autenticidade. Por fim, a responsabilidade. O influenciador só deve divulgar produtos que tenham a ver com ele, com os valores dele", elencou Fernanda. 

Marcelo S. Gomes é presidente do Meio&Mensagem, que acompanha de perto essa indústria de marketing e comunicação há anos e assina a curadoria do "Industry Day" da Vidcon. Na abertura, declarou: "Estamos vendo a evolução do trabalho que as marcas fazem com os creators. Nosso pilar de eventos é grande, e entendemos que precisávamos ter um evento para tratar disso. Por isso quando o Fabrício me procurou para falar sobre a Vidcon caiu como uma luva no movimento que já vínhamos de entender a relevância que o tema tem. Uma pesquisa recente que fizemos com a Kantar sobre marketing de influência revelou que 62% dos CMOs querem aumentar os investimentos nessa fatia no próximo ano. Ou seja, as marcas realmente querem estar junto dos creators, e é importante termos esse encontro presencial para debater, nos conhecermos e usarmos os espaços para trocar". 

Gomes prosseguiu: "É uma indústria que vive em constante renovação. Essa semana mesmo já surgiu uma nova rede social. O brasileiro gosta de novidades. O mercado de influência no Brasil é diferente do europeu e do americano, temos uma proximidade mais forte com o criador. Comunidade é a palavra-chave – o quanto você consegue formar uma comunidade a partir de conexão, autenticidade e credibilidade. Mas não deixa de ser um business. A possibilidade de ter uma comunidade que confia em você é o que te permite monetizar seu trabalho". 

O executivo da Paramount trouxe o dado de que mais de dez milhões de pessoas no Brasil dizem ter renda como criador de conteúdo para a rede social. Isso me chama a atenção. Que outra profissão é assim? Quando olhamos para esse número, sabemos que tem muito micro influenciador. É inclusão social", observou. 

Ferramentas de inteligência artificial 

O surgimento de novas ferramentas de inteligência artificial pode impactar diretamente o mercado de criação de conteúdo, assim como tantos outros. "Acredito que a IA multiplica possibilidades da nossa indústria, acelerando processos e a colocando em outra dimensão. Vai se destacar quem souber usar de forma inovadora. Todos nós estamos num mesmo ponto de partida, e vai sair na frente quem souber usar de forma diferente. Não acho que vá substituir a criatividade humana, e sim ser complementar. Vai alavancar a criatividade humana e dar um boost", apostou Fernanda. 

"Quando estamos diante de novidades, tentamos projetar o que isso vai mudar lá na frente. E quando pensamos no que será a IA, tenho certeza que será diferente do que imaginamos hoje. Acredito – e espero – que ela potencialize esse mercado. Vejo os creators usando para ajudá-los no tratamento de dados, o que eles conseguem trabalhar de dados e informações. A IA vai ajudar os influenciadores no relacionamento com a comunidade, entendendo como a comunidade está interagindo com ele, se mais ou se menos. Falamos muito no chat GPT, que ele vai criar os posts. Mas acho que esse talvez seja o uso menos relevante da IA", avaliou Gomes. 

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