Dólar alto faz RFS rever planos de fabricação local

A crise do sistema financeiro mundial e a conseqüente alta do dólar têm o seu lado positivo para as empresas que fabricam localmente. A fabricante de antenas RFS, por exemplo, já estuda reativar sua linha de produção de antenas para estação rádio-base caso a moeda americana se mantenha no patamar atual, na casa dos R$ 2,20. No começo do ano, quando o dólar chegou a R$ 1,60, a RFS interrompeu a fabricação desse produto no País e passou a importá-lo da China.
O presidente da RFS, Roberto Pinto, calcula que a moeda americana tenha se valorizado em torno de 40% desde o estouro da crise. "É como se o meu custo ficasse 40% menor", compara. Outra vantagem para a RFS é que a exportação é feita em dólar para toda a América Latina. Neste momento, a companhia avalia o comportamento do câmbio ao longo do tempo, ou seja, se o dólar se manterá ou não nesse patamar. "A taxa de câmbio é decisiva para a competitividade da indústria. Se ficar nesse patamar a indústria brasileira vai ficar muito competitiva", diz ele.

TV Digital

Há alguns meses a RFS já havia decidido produzir localmente antenas de pequeno porte para TV digital. No caso das antenas de grande porte, usadas nas grandes cidades, a RFS mantém o produto importado da Austrália. Segundo Roberto Pinto, a empresa conseguiu em torno de 70% do mercado de antenas de TV digital que, evidentemente, foram vendidas até o momento. A partir de agora, explica ele, a concorrência se dá com empresas nacionais no segmento de pequenas antenas, já que as cabeças de rede fora das grandes metrópoles começam também a transmissão digital. Para ganhar competitividade neste mercado, a companhia decidiu produzir localmente as antenas de pequeno porte.

Crescimento

A RFS reviu a sua meta de crescimento na América Latina de 12% para 30% em relação a 2007. A razão principal é o aquecimento do mercado brasileiro provocado pela introdução da terceira geração, da portabilidade numérica, e a entrada da Oi e da aeiou em São Paulo, o que aumentou a demanda pelos produtos da companhia. Roberto Pinto afirma que "historicamente" o Brasil é responsável por cerca de 60% das receitas da empresa na região. Mas esse é um ano atípico em que essa fatia talvez ultrapasse os 65%. "Estamos indo muito bem também no México e na região andina. Apenas América Central e Caribe não estão atingindo as expectativas", diz ele.

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