Com direção artística de Carlos Saldanha ("Rio", "A Era do Gelo", "O Touro Ferdinando") e direção geral de Joana Mariani ("O Cheiro do Ralo", "Todas as Canções de Amor"), a série nacional "How to be a carioca" está disponível no Star+. Protagonizada por Seu Jorge, a produção é baseada no best-seller homônimo de Priscila Ann Goslin.
"How to be a carioca" conta com seis episódios de 40 minutos e apresenta histórias de estrangeiros da Alemanha, Argentina, Israel, Angola e Síria vivendo uma aventura no melhor estilo "gringo" no Rio de Janeiro, na tentativa de se adaptar à cultura local. Para guiar e encurtar esse caminho de integração aparece Francisco (Seu Jorge), o melhor guia carioca que eles poderiam ter. O elenco conta ainda com Débora Nascimento, Douglas Silva, Nego Ney, Raquel Villar, Malu Mader, Heloísa Jorge, Dan Ferreira, Mart'Nalia, Sérgio Loroza e Nando Cunha. Assista ao trailer:
A série é uma co-criação de Carlos Saldanha e Joana Mariani com Diogo Dahl ("Novo Mundo") e conta com a direção de René Sampaio ("Eduardo e Mônica", "Impuros"), Tatiana Fragoso ("Impuros") e Luciana Bezerra ("Mina de Fé"). O roteiro é de Rodrigo Nogueira, Sabrina Rosa e Felipe Scholl, com trilha sonora original de Maria Gadú e a produção da Moovie.
"Acho que fazer esta série fez com que o Rio, pra mim, fosse revisto sob um outro olhar. Sou carioca mas moro em São Paulo desde 1999, e foi fascinante me reapaixonar pela cidade através do olhar de estrangeiros, que de alguma forma representavam também o meu olhar. Pessoalmente, eu acho o Rio a cidade mais bonita do mundo. Nenhuma outra tem cenários como os nossos", afirmou a diretora Joana Mariani em entrevista para TELA VIVA. "O Rio é a cidade onde tenho todas as minhas conexões. Nasci no Rio e sempre tive muito esse debate sobre o contraste das coisas maravilhosas que a cidade pode te oferecer e também os problemas que a gente vive no dia a dia. É uma cidade que te conquista. Mas tem quem ama e quem odeia. As emoções são muito fortes. Principalmente morando fora, vi pessoas fazendo projetos audiovisuais de tantas cidades e lugares. E não vejo tanto do Rio. A cidade oferece muita inspiração. São tantas temáticas. Sempre me inspiro falando do Rio. É uma cidade que me inspira a criar histórias", completou o diretor artístico Carlos Saldanha.
Contrastes da cidade
Como pontuado por Saldanha, o Rio de Janeiro é uma cidade de constrastes. E infelizmente a maioria das produções audiovisuais que retratam a cidade acabam focando em temas mais negativos, como a violência e a criminalidade. O diretor reflete: "O Rio vive entre a beleza e o caos, tem as duas coisas. E já que tem muita produção sendo feita sobre a violência, prefiro um ângulo diferente. Tenho que pensar em outras formas de contar histórias do Rio. Essa é a vantagem de fazer filmes e séries: mostrar várias facetas, vários lados de uma história. No meu caso, eu me conecto mais com o lado lúdico da cidade. O lado positivo, de esperança. É meu estado de espírito. Vale a pena mostrar os dois lados, mas eu prefiro mostrar aquele que me conecto mais".
Para Joana, o carioca precisa deste olhar, assim como a cidade. "Não estamos dizendo que o Rio não tem problemas – neste momento, o Rio tem, o Brasil tem, o mundo tem – mas podemos, às vezes, mesmo sabendo que os problemas estão ali, sorrir um pouco e nos permitir celebrar. O copo é meio vazio mas também é meio cheio".
Personagem central
As histórias de "How to be a carioca" são de certa forma independentes, mas trazem o personagem Francisco (Seu Jorge) como uma espécie de elo de ligação. "Seu Jorge, antes mesmo de colocar seu talento no personagem, já tinha contribuído muito mais do que ele imagina. Desde que começamos a falar deste projeto, quase dez anos atrás, eu, Carlos e Diogo já falávamos deste personagem, Francisco, e ele era totalmente 'inspirado' na figura do Seu Jorge, na história dele. Quando fomos convidá-lo para o papel, falamos a ele que ele precisava aceitar, porque não tínhamos outra opção. Francisco é Jorge, e Jorge abrilhantou o personagem quando se apossou dele", contou Joana.
Saldanha, por sua vez, confirmou que Seu Jorge sempre foi a primeira opção para o personagem e acrescentou: "Ele tem essa 'carioquice' nata, essa presença, esse espírito carioca que é incrível – de resiliência, de luta, de felicidade e de arte".
Características sociais e culturais
A trama traz estrangeiros se "aventurando" no Rio de Janeiro. Para Joana, a comparação de características sociais e culturais de gringos e cariocas dá muito "pano pra manga". Ela discorre: "O carioca é único, e o choque com outras culturas pode gerar um sem número de histórias geniais. Nenhuma das histórias da primeira temporada é baseada em fatos reais mas, ao mesmo tempo, todas são".
O diretor artístico da produção relembrou que, quando começou a trabalhar na animação "Rio", deu de presente para a equipe o livro "How to be a carioca", que inspirou a série. "Isso já faz mais de dez anos. Mas sempre achei o livro engraçado e interessante como visão do estrangeiro na cidade. E nem sempre é uma visão errada ou um estereótipo – tem muita coisa que é real e acontece mesmo. Eu acho muito divertido explorar isso", pontuou. "E é algo que dá potencial para que a série gere interesse de pessoas que já estiveram no Rio ou queiram estar. Esse insight, essa forma de entender um pouco mais do 'how to be a carioca' me atraiu muito nesse projeto. É um campo fértil de ideias e situações que funcionam", avaliou.
Saldanha ainda contou que, quando começaram a pensar no projeto, originalmente ele seria um filme. "Trabalhamos no roteiro mas não conseguimos chegar num lugar interessante de história, de personagem. Quando tivemos a oportunidade de transformar numa série, conseguimos ir mais fundo, trabalhar mais episódios, contar mais histórias. E não ficar naquela coisa de tentar falar tudo de uma vez só. Cada episódio traz uma temática e procuramos em cada um explorar uma faceta do carioca de forma mais aprofundada, divertida, selecionada. Isso nos ajudou muito", concluiu.