Canal Arte1 estreia os documentários "Todos Migram" e "Beethoven É Pop"

O Arte1 tem duas estreias de produções originais reservadas para este mês. Nesta quarta, dia 9 de dezembro, às 18h, o canal apresenta um documentário em homenagem ao poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto (1920-1999), intitulado "Todos Migram – A Travessia na Obra de João Cabral de Melo Neto". Depois, às vésperas do Natal, no dia 23 de dezembro, também às 18h, entra em cartaz o documentário "Beethoven É Pop", sobre a influência do compositor alemão em diversos gêneros musicais e artísticos.

Em "Todos Migram", escritores, atores, músicos e cineastas homenageiam o poeta pernambucano por meio de leituras, depoimentos e interpretações exclusivas para o canal Arte1.

O escritor Marcelino Freire e o músico José Paes de Lira, o Lirinha (vocalista da banda Cordel do Fogo Encantado), conectam a questão social dos retirantes de "Morte e Vida Severina" com as questões atuais, como a luta pela moradia e os movimentos culturais da periferia. Escrito em 1954 e publicado em 1955, o poema "Morte e Vida Severina" alcançou um novo patamar ao ser levado aos palcos do TUCA (PUC-SP), em 1965. À revelia do poeta, que não gostava de música, Chico Buarque compôs a trilha do espetáculo. A atriz Ana Lúcia Torre, que integrou a montagem histórica da peça, relembra o processo criativo do espetáculo e da turnê pela Europa, acompanhada de Chico e do próprio João Cabral.

A montagem do TUCA inspirou, ainda, o filme homônimo do cineasta Zelito Viana, de 1977. Em "Todos Migram", o diretor conta que foi por sugestão do próprio João Cabral que uniu o poema "O Rio" à peça "Morte e Vida Severina" para criar o longa com Elba Ramalho, José Dumont, Stênio Garcia e Tânia Alves no elenco.

Já o ator e diretor de teatro Elias Andreato (foto principal) prepara uma nova versão da peça, prevista para ser encenada após a pandemia do coronavírus no palco do TUCA, em São Paulo, onde interpretou versos do poeta para o canal Arte1.

O filme será exibido nesta quarta, 9, às 18h, com reprises no sábado, 12, às 18h; domingo, 13, às 7h; segunda, 14, às 19h; e terça, 15, às 13h (a reapresentação do dia 14 está sujeita à alteração).

Já no dia 23 de dezembro, será a vez de conferir o documentário "Beethoven É Pop". A produção mostra os diálogos da obra de Ludwig Van Beethoven (1770-1827) com diversos gêneros musicais e artísticos: do heavy metal à popular trilha sonora da venda do gás de cozinha, passando pelo brega-funk, artes visuais e dança.

Andreas Kisser (foto acima), guitarrista da banda de metal Sepultura, participa da produção revelando as relações entre a música clássica e o rock extremo. Para ele, "Beethoven poderia ser considerado um headbanger" —termo usado para designar os fãs do estilo musical —tanto pela atitude rebelde quanto pelo peso de suas composições. Na mesma linha de pensamento, o maestro da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo Roberto Minczuk afirma que o compositor de Bonn pode ser tido ainda como o primeiro roqueiro da história da música pela intensidade registrada em sua obra.

Assim como eles, outros especialistas e personagens traçam paralelos inusitados, caso do produtor de brega-funk do Recife, JS O Mão de Ouro, que remixou a Quinta e a Nona Sinfonia para fazer "a galera dançar com Beethoven essas músicas mais antigas". O documentário também conta com depoimentos do artista visual Fabio Cardoso e da coreógrafa e bailarina Deborah Colker, entre outros.

"Beethoven É Pop" vai ao ar na quarta, 23, às 18h, com reprises no sábado, 26, às 18h; domingo, 27, às 7h; segunda, 28, às 19h; e terça, 29, às 13h (a reapresentação do dia 28 está sujeita à alteração).

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