Para presidente da Oi, regras de neutralidade devem se aplicar também a provedores de conteúdos

Para o presidente da Oi, Francisco Valim, o debate sobre neutralidade de rede que está sendo colocado no Brasil está completamente desvirtuado. Em entrevista exclusiva a este noticiário e à revista TELETIME que circula em outubro, ele disse que "o que se está propondo não é neutralidade, é subsídio para produtor de conteúdo". Para ele, "os produtores de conteúdos podem fazer tudo que é não neutro: bloquear acesso, identificar usuário, bloquear usuário… E o operador de rede não pode fazer nada. Tudo o que é importante que um seja neutro o outro não tem que ser? ", perguntou.

Ele ressaltou a necessidade de rever a possibilidade de acordos e modelos de negócio diferenciados entre provedores de redes e conteúdos. Para ele, neutralidade está sendo confundida com igualitarismo. "E não é isso. A neutralidade tem que garantir que não haja cerceamento ao acesso para o usuário. Estamos usando uma palavra bacana, chamada neutralidade, para fazer algo quase espúrio, que é acusar as teles de interferirem no tráfego enquanto se libera os provedores de conteúdo para fazê-lo. Forçam um subsídio cruzado entre usuários e se proíbe que eu cobre de quem quiser ter um tratamento diferenciado".

Para ele, "do jeito que está sendo feito aqui, vai só onerar as teles e prejudicar a banda larga, não tenho nem dúvida". Valim diz ainda que 80% do tráfego de conteúdos na banda larga brasileira vem de fora, e essas regras de neutralidade propostas só beneficiam empresas estrangeiras. "Se um ajuste não for feito, não vamos assistir YouTube no futuro. A rede vai deteriorar. Não conseguimos entregar essa ampliação de rede para sempre".

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