Diretor e roteirista de "Evidências do Amor", Pedro Antonio destaca cuidado com efeitos especiais no longa 

Fabio Porchat e Sandy em "Evidências do Amor" (Foto: Stella Carvalho)

Nesta quinta-feira, dia 11 de abril, estreia nos cinemas a comédia romântica nacional "Evidências do Amor", que traz Fabio Porchat e Sandy Leah como protagonistas. Dirigido por Pedro Antonio, que também assina o roteiro ao lado de Luanna Guimarães, Alvaro Campos e Fabio Porchat, o filme foi produzido pela Framboesa Filmes e tem distribuição da Warner Bros. Pictures. 

Na trama, em uma noite qualquer, Marco e Laura se conhecem em um karaokê e cantam juntos a música "Evidências" (composta por José Augusto e Paulo Sérgio Valle, e que ficou conhecida nacionalmente pela performance de Chitãozinho & Xororó). Desde então, eles se apaixonaram e formaram um casal que parecia perfeito, até o momento do "sim". Sem entender o que aconteceu, agora, toda vez que essa música toca, Marco viaja em suas lembranças com Laura para encarar as "Evidências Do Amor". Assista ao trailer: 

"Eu sempre tento baixar minhas expectativas antes de uma estreia, mas todo mundo que já assistiu ao filme, gostou. Então estou com as expectativas maiores do que imaginei que estaria e menores do que querem que eu esteja", brincou o diretor e roteirista Pedro Antonio em entrevista para TELA VIVA. "Tenho uma busca incansável na minha vida por filmes que dialoguem com o público – no cinema brasileiro, vencer a hegemonia dos filmes americanos que invadem de maneira intensa nosso mercado é uma tarefa árdua e necessária. A gente consome muito audiovisual no Brasil e os filmes norte-americanos são legais, mas é melhor ainda ter o filme brasileiro para assistir e se sentir representado", afirmou. 

No caso de "Evidências do Amor", o diretor contou que, ao longo do processo, muitos fatores positivos foram acontecendo e agregando ao projeto – como o time de roteiristas talentosos; a Warner, que comprou a ideia; o Porchat, que também participou da escrita; entre outras coisas – citou. "O filme tem muitos atrativos. É difícil a pessoa assistir e não se surpreender. Estamos há dois anos trabalhando intensamente nele para que tudo ali ornasse com um bom momento do cinema brasileiro e desse para o público essa sensação que o cinema traz, de viver uma experiência coletiva durante uma hora e meia, que seja reconfortante e te emocione, te faça rir e refletir sobre algo. O filme foi elaborado nesse lugar", analisou. 

Pedro Antonio acabou de vir de uma experiência mais recente de lançamento no streaming – ele assina a direção de "Fazendo Meu Filme", disponível no Prime Video Brasil – e comparou: "No streaming, você lança o filme e não tem contato com o público. Não vê a reação das pessoas. Recebe os números e entende se são bons ou ruins, mas é só isso. A experiência do cinema é de escapismo coletivo. Enquanto o streaming é mais individual, o cinema é mais coletivo. Para quem faz, o streaming é uma relação mais abstrata e, o cinema, mais concreta". 

Ideia original e desenvolvimento da trama 

A história de "Evidências do Amor" surgiu a partir de uma ideia original do diretor e roteirista, que deixou o projeto engavetado por alguns anos até apresenta-lo em uma reunião com a Warner, que deu sinal verde para o desenvolvimento. Foi aí que ele montou a equipe inicial de roteiro, com Luanna Guimarães e Alvaro Campos, e, mais tarde, Porchat. "Já estava pensando nele para o papel do protagonista. Queria um ator que soubesse muito bem fazer comédia, mas também tivesse um lado bom de drama. Foi minha grande aposta. Ele também entrou para o roteiro e foi um processo muito legal e duradouro", disse. 

Antonio pontuou ainda que a ideia da trama veio antes da escolha da música "Evidências" – inicialmente, ele só pensou em uma música que serviria como forma de reconexão de um casal, já que a música tem esse potencial de nostalgia, de nos fazer voltar no tempo. "Essa brincadeira de revisitar um relacionamento com a música que o embalou era a ideia principal. Aí, 'Evidências' caiu perfeitamente. É uma música muito brasileira, romântica e facilmente reconhecida. E a letra também dialoga com a história, com isso de gostar e não gostar do outro, entendê-lo ou não. Tudo foi se encaixando – as pecinhas e as pessoas", celebrou. "O filme nasceu de um lugar de muita entrega e paixão. A gente faz muita coisa e trabalha demais, mas em última instância, tem que ser verdadeiro. Tudo o que colocamos no filme é muito verdadeiro e sincero", completou. 

O diretor Pedro Antonio (ao centro) com os protagonistas (Foto: Divulgação)

Cuidado com os efeitos especiais 

O filme tem momentos de viagens no tempo, com os personagens aparecendo ao mesmo tempo em duas versões – a do passado e a do presente. Nesse sentido, o diretor explicou que, quando terminou de escrever o roteiro, entendeu que começaria ali um novo trabalho de escrita: a do audiovisual. "Para entender como fazer cenas de passagem no tempo marcantes, por exemplo, parti para uma investigação mais profunda. Fui atrás de movimentos de câmera surpreendentes e interessantes. Pensei abstratamente em como os efeitos poderiam ser feitos junto com a Quanta. Marquei os atores em cena em função dos efeitos. Queria muito que ficasse crível. Como o próprio nome diz, é realismo fantástico – apesar de fantástico, tem que ser real", observou.  

O diretor disse que não queria que as pessoas assistissem ao filme e pensassem "é, esse tipo de efeito o Brasil ainda não consegue executar". Ele enfatizou: "Eu queria que os efeitos tivessem elegância. As cenas de parede invisível, duplos em cena, viagem no tempo… Tudo precisava estar dentro de uma mesma paleta. E não podia ser exagerado ou forçado. Era necessário ter o requinte e a naturalidade que as cenas pediam. Achar essa medida certa dependia muito do trabalho da pós, que antevê o resultado final. Às vezes os efeitos nos filmes são tantos que a pessoa se perde na história. O filme não pode ser refém do efeito. A experiência audiovisual tem que ser completa: som bom, imagem boa, bons efeitos. Sem essa combinação, você perde o público". 

Papel da pós-produção 

Para atingir esses objetivos, a pós-produção esteve presente dentro do set o tempo todo, desde o começo do trabalho. "Trouxe a pós para a pré até pra gente pensar escolha de locação junto. Eles estiveram presentes antes, durante e depois das filmagens. Foram muito importantes no meu processo de criação e, claro, para o resultado final. No fim, a pós foi a parte tecnicamente mais difícil, mas criativamente mais fácil, porque já estava tudo pensado e trabalhado, não precisava adaptar nada", detalhou. "O trabalho da pós-produção no audiovisual quando se tem um projeto com aspirações estéticas mais elaboradas tem que começar na preparação, senão, você não consegue executar. Logo na pré eles te dão imputs criativos e explicam o processo técnico. Aprendi muito sobre direção. Os pós-produtores foram os melhores professores". 

Próximos projetos 

Pedro Antonio adiantou que tem um projeto novo para o segundo semestre, que ele descreveu como uma ideia original e divertida com um parceiro com quem ama trabalhar e já trabalhou anteriormente. E, ainda sem previsão de desenvolvimento, ele contou sobre um outro projeto "do coração" que tem vontade de fazer: uma história de terror que se passa durante o 2º Império do Brasil. "É uma ideia que eu amo. Quero que aconteça um dia. É um gênero que precisamos trazer para o Brasil. A gente consome e ama terror, mas ainda não temos produção em larga escala para o público", finalizou. 

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