Record quer mais parcerias com produtoras independentes para produzir séries

A Record planeja expandir a presença de produções realizadas em parceria com produtores independentes na sua programação. Em encontro com produtores durante o TelasFórum, o diretor de aquisições e relações internacionais do canal, Hiran Silveira, disse que o canal pretende adotar o modelo para produzir de duas a quatro séries de ficção por ano.

O plano, disse Silveira, reflete uma "mudança na forma de produzir" da Record. Segundo o executivo, o canal está, aos poucos, deixando de focar na produção própria e no controle sobre o conteúdo. "Principalmente na dramaturgia, tínhamos uma ideia muito forte de produzir conteúdo próprio e manter o controle sobre esse conteúdo. Isso mudou, a ideia agora é produzir em parceria com o mercado. Claro que, como investidor coproprietário, o canal detém parte dos direitos. Mas do ponto de vista estratégico, nosso foco passa a ser no conteúdo, e não a propriedade", disse.

A ideia é aproveitar melhor a capacidade criativa da indústria independente, com o canal atuando como coprodutor e distribuidor do conteúdo na TV aberta. "Há tecnologia e capacidade fora de nós. E nosso grande trunfo é a exibição em larga escala, que é o que os produtores não têm. Temos a tela e precisamos do conteúdo. Com as parcerias, esse circuito se fecha", explicou Silveira.

Um dos fatores que teria influenciado a nova diretriz do canal seria a dificuldade em financiar a produção das séries. "Um dos principais problemas é financiamento, então estamos utilizando recursos incentivados e nos especializando nesse tipo de produção", disse o executivo.

Além disso, o canal teria avaliado que, como não tem a necessidade de manter o conteúdo no ar por um longo período de tempo, não seria necessário manter o controle sobre as produções. "Nós não temos a necessidade de passar muitas vezes o conteúdo, que é uma estratégia do cabo", concluiu Silveira.

Procuram-se séries

No encontro com os produtores, o executivo indicou o perfil do conteúdo desejado pelo canal. De acordo com ele, a Record busca por séries de ficção com duração entre cinco e dez episódios nos gêneros ação, policial ou com denúncias dos problemas do País. Como exemplo, ele citou a obra "Conselho Tutelar", produção da Vision.

No entanto, disse, o canal está aberto a ouvir propostas que fujam do perfil previamente traçado. "Não queremos restringir muito, portanto estamos recebendo todas as propostas e avaliando".

Para o ano que vem, disse, a Record tem planejadas quatro estreias de séries. Entre elas estaria a série de ação "Sem Volta", da Panorâmica, com 13 episódios.

As séries terão episódios diários na programação do canal. "Já tentamos adotar o formato da exibição semanal, mas não funcionou. Esse formato é muito adotado em canais internacionais porque eles exibem uma série por dia. No Brasil, como não tem outras séries para assistir, o telespectador é obrigado a esperar uma semana e 'se perde'", explicou Silveira.

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