"Tá Tudo Certo", original nacional Disney+, propõe reflexão sobre o conceito de sucesso

Ana e Pedro na série "Tá Tudo Certo" (Foto: Breno Galtier)

Nesta quarta-feira, dia 12 de abril, estreia com exclusividade no Disney+ a minissérie brasileira em quatro episódios "Tá Tudo Certo". Com o selo Disney+ Original Productions, a comédia romântica, que terá lançamento global na plataforma, conta a história de Pedro (Pedro Calais), estagiário de uma gravadora multinacional que sonha em viver de música. Em um sarau, ele conhece Ana (Ana Caetano), dona de uma carreira musical que está decolando na internet e que sabe curtir o momento. Ao lado dela, o caminho do sucesso parece possível, mas logo Pedro recebe uma difícil missão de Toni (Toni Garrido), seu chefe, que vai colocar em xeque as importantes decisões da sua vida. Nessa jornada, Pedro vai repensar suas prioridades e o real significado de sucesso.

"Tá Tudo Certo" é uma produção voltada para o público infantojuvenil e jovem adulto. Tem como pano de fundo o declínio das grandes gravadoras e a ascensão da cena de artistas independentes. Mas, sobretudo, a série é sobre o conceito relativo de sucesso.

Com direção e produção executiva de Felipe Simas, autor da ideia original, e escrita por Raphael Montes com diálogos de Rubel, a série é realizada pela Non Stop e Formata Produções e Conteúdo, com produção associada da F/SIMAS, e conta com um elenco composto por artistas da cena pop brasileira como Pedro Calais (Lagum), Ana Caetano (Anavitória), Vitão, Toni Garrido, Clara Buarque, Julia Mestre (Bala Desejo), Gita Delavy, Lucas Mamede, Feio e Cynthia Senek. Assista ao trailer: 

Trailer da minissérie "Tá Tudo Certo"

O projeto é resultado de um encontro inusitado entre Felipe Simas, empresário de artistas como Manu Gavassi e Anavitória, e Raphael Montes, roteirista de literatura policial e suspense. "Nos falamos pela primeira vez durante a pandemia. Comecei a escrever essa história mas não tinha experiência com storytelling. Primeiramente, o Raphael me prestou uma consultoria, enquanto eu ainda estava construindo a história. Mas aí ele começou a se envolver mais e quis fazer parte do projeto. Eu queria que a trama estivesse em função dos personagens, enquanto ele sabe fazer o contrário, isto é, os personagens caminharem em função da trama", disse Simas em entrevista para TELA VIVA. 

O profissional do meio da música fez sua primeira empreitada com o audiovisual em 2018, com o longa "Ana e Vitória", que foi um sucesso de bilheteria nos cinemas e posteriormente alcançou índices de destaque no streaming. Lançado pela Netflix, o filme bateu recordes de repercussão e engajamento nas redes sociais. "Naquele momento, elas estavam em uma ascensão meteórica da carreira, mas com alguns problemas de awareness que precisavam ser resolvidos. Fazer o filme foi uma aventura: se passaram apenas oito meses entre a ideia e a estreia em 200 salas. Foi uma grande faculdade de cinema para mim e uma diversão também, além da satisfação de ver o produto chegando longe. Sou fã dos filmes dos Beatles e da produção audiovisual nacional dos anos 80, como as obras de Antônio Calmon. Sou muito inspirado por ele. Sempre fui apaixonado por produções que, ao longo do tempo, misturavam música e o universo da ficção. Gosto de brincar de cinema e TV – e até por isso estimulo e incentivo meus artistas a fazerem o mesmo", explicou o produtor. 

"Desde 'Ana e Vitória', queria fazer algo como um spin-off, seguindo esse formato que brinca com realidade e ficção, no qual os personagens levam os próprios nomes das pessoas que os interpretam, numa espécie de multiverso. Eles têm características deles próprios, mas não são exatamente a mesma pessoa. Vivem coisas parecidas com as que eles vivem na vida real", contou. "De certa forma, 'Tá Tudo Certo' é um spin-off de 'Ana e Vitória', mas com o 'pó de pirlimpimpim' da Disney", brincou. 

Felipe Simas com o elenco (Foto: Breno Galtier)

Identificação pessoal e conceito da trama 

Raphael Montes, também em entrevista para TELA VIVA, relembrou que, ao procura-lo, Simas apresentou a ideia como uma série que trataria do conceito de sucesso: "Como um profissional de sucesso e criou profissionais de sucesso também, ele comentou comigo sobre a quantidade de demandas que recebe, isto é, mensagens de quem tem o sonho de cantar e de ser uma estrela. São pessoas dispostas a tudo – mas, muitas vezes, isso não adianta. Então ele queria falar sobre isso. O Simas domina esse universo, faz parte dessa nova música brasileira. Eu não conhecia tanto, e aí ele foi me apresentando. Decidimos que, na série, todos os personagens flertariam com essa ideia do que é sucesso e até onde você vai para fazer sucesso". 

O roteirista completou: "Todas as histórias têm que ter algo de muito pessoal. Por isso, dentro dessa, eu comecei a buscar o que eu teria para dizer. Eu me identifico e me emociono com o protagonista, que é um estudante de direito que, na verdade, quer ser cantor. E eu queria ser escritor, mas diziam que não ia dar certo, então fui estagiar em direito. Entendo a frustração e o sonho dele. Ao conseguir trazer algo meu, conseguimos encontrar qual seria a história exatamente, e eu ficava muito à vontade para propor coisas. O Simas conhece esse universo, essas pessoas. A gente trocava muito. Trabalhar em parceria é sempre uma negociação". 

Simas, por sua vez, observou: "Foi um bate bola de universos diferentes. Tenho essa enorme frustração de não conseguir responder e-mails de quem me procura. As pessoas têm uma ideia única de sucesso, principalmente dentro da música. Mas, hoje em dia, os mercados nichados tomaram grandes proporções. Sucesso não é necessariamente aquilo que toca na rádio. Cada artista tem sua história única, cada caminho de sucesso é único e tá tudo certo – é o que eu sempre digo, e que virou até o título da série. É muito delicado lidar com os sonhos das pessoas. A série fala muito sobre sucesso e sobre sonhos, e uma das conclusões que cheguei é que sucesso é fazer o que você gosta ao lado de pessoas que te fazem bem. Espero que essa seja, de certa forma, a mensagem que as pessoas levarão ao assistir". 

Por fim, a dupla celebrou o encontro e adiantou a possibilidade de novos projetos em parceria. "Nós dois somos profissionais muito inquietos e cheios de ideias. E gostamos muito de trabalhar juntos, então com certeza existe essa possibilidade. Sem dúvida dá vontade, porque foi realmente um processo muito complementar – de visões de dramaturgia e de mundo também", concluiu Montes. 

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