Por meio de parcerias, produtoras e canais garantem diversidade e versatilidade de projetos

Marcos Mion, Tatiana Costa, José Jr., Adriana Silva, Daniela Busoli e Patricia Pedrosa (Foto: Globo/ Fabio Rocha)

A primeira edição do Festival Acontece, promovido pela Globo nesta quinta-feira, dia 11 de abril, chegou ao fim com um painel intitulado "É sobre parceria", que contou com a participação de executivas e talentos da casa e de produtoras audiovisuais parceiras de longa data do grupo: Floresta, Formata e AfroReggae Audiovisual. O principal objetivo da mesa era reforçar os vários arranjos possíveis que a Globo oferece para os parceiros da produção independente. 

"As parcerias sempre estiveram presentes no DNA da Globo. Na criação e na produção de conteúdo, são muitos modelos: projetos 100% externos; internos, rodados nos Estúdios Globo; com afiliadas; projetos híbridos, com produtoras externas que se unem aos nossos estúdios; e coproduções. A Globo está aberta a todos os modelos", garantiu Tatiana Costa,Diretora de Produção e Conteúdo Produtos Digitais e Canais Pagos da Globo. "Nos canais pagos, as parcerias sempre estiveram no centro das discussões e dos negócios – na distribuição dos canais e na produção de conteúdo pelo mercado independente, por exemplo. Ainda hoje, 70% do conteúdo dos canais pagos é feito por parceiros", contou a executiva. Costa citou diversos exemplos de projetos da casa feitos em parceria, como "Vai que Cola", do Multishow com A Fábrica; "Que História é Essa, Porchat?", uma parceria GNT e Porta dos Fundos; "As Aventuras de José e Durval", do Globoplay com a O2 Filmes; e também parcerias internas, como Globoplay e TV Globo comissionando conteúdos de dramaturgia de séries como "Rensga Hits". E ela definiu: "A mandala de parcerias é viva e dinâmica. Só precisa fazer sentido para todos os envolvidos". 

Patrícia Pedrosa dirigiu séries de humor como "Shippados" e "Mr. Brau" e, hoje, é Diretora de Gênero de Humor na Globo. "Como diretora de séries, sempre tive esse olhar voltado para a parceria. Assumindo a área de humor, mantenho novas oportunidades de fazer junto no radar", afirmou. "Temos arranjos de parcerias com criadores, para comprar a ideia e desenvolver aqui dentro, projetos de coprodução e ainda de licenciamento. São modelos diversos, e que não param só nessa escala de produção. Humor é um gênero muito regional, por isso precisamos trabalhar com o Brasil tudo. E ele passa por muitos formatos e subgêneros – podemos ter um programa de auditório de humor, reality show de humor, filmes de humor… Transitamos nessa relação com outros gêneros e entendendo as demandas dos canais – que, por sua vez, também podem fazer parcerias entre eles", lembrou. "Estamos sempre atrás de histórias relevantes e que estejam em conexão com o espírito do tempo atual. Essa é a premissa na hora de buscar um projeto. E o conteúdo deve ser original, ter muita brasilidade. Precisamos ser subversivos e avançar algumas fronteiras", definiu. 

E, ainda falando sobre projetos que interessam à Globo, Costa complementou: "No ano passado, trabalhamos com 93 produtoras. Queremos pavimentar esse caminho de crescimento. Nosso mantra é conteúdo que traga assinatura. O Globoplay tem muitos desafios, mas o principal deles é popular a nossa base. Para isso, precisamos de conteúdos relevantes, que falem com a massa e gerem identificação". 

José Júnior, fundador do grupo cultural Afroreggae, é exemplo de uma parceria duradoura com a Globo. No painel, ele contou que quando decidiu migrar para área audiovisual, estava num período difícil da vida, e que foi a confiança do grupo no seu trabalho que transformou esse cenário. "O Manuel Belmar deu sinal verde para produzirmos uma série. E sem garantia, pressupondo que eu ia entregar o que tinha que entregar. Saí de um projeto social, migrei para o audiovisual, contraí uma dívida e ele e a Tati Costa me ajudaram. Para mim, isso é parceria", declarou. Hoje, o AfroReggae Audiovisual já soma 12 projetos com a Globo, entre séries de ficção, séries documentais e longas. Entre eles, títulos de sucesso como "A Divisão" e "Arcanjo Renegado", além de "O Jogo que Mudou a História", que estreia em junho. Vale mencionar que todos esses projetos trazem entre 60-70% dos elencos compostos por pessoas pretas com papéis de protagonistas. "É a integração de classes sociais e culturas. Isso também é parceria", disse Jr. 

Outra parceria de longo prazo da Globo é com a produtora Floresta – de 2012 para cá, foram 34 projetos e 76 temporadas de diferentes gêneros produzidas entre as empresas. "Se hoje a Floresta tem 13 anos e é uma das maiores produtoras do Brasil, é graças à parceria com a Globo. Acho importante e fundamental não restringir nossa atuação num único gênero e estarmos sempre alinhados ao que o mercado pede e às atualizações do mercado. E a diversidade e versatilidade da nossa cartela de projetos só foram possíveis por meio de parcerias. Um dos pipelines da Floresta é entretenimento, e começamos adaptando formatos globais. Na nossa parceria com a Globo, já estamos produzindo originais, com a ideia de construir aqui e levar para o mundo. E só conseguimos fazer isso com parceria", pontuou Adriana Silva, a Dida, VP e Diretora Geral da Floresta. 

A história da Formata Produções e Conteúdo, fundada por Daniela Busoli, também passa por parcerias com a Globo. Nove anos atrás, a executiva já trabalhava na indústria, com passagens por multinacionais, quando decidiu empreender e tentar o mercado por conta própria. "Na Globo, me falaram que, para eles, pessoas valiam mais do que empresas. Foi a primeira casa a me estender a mão nessa nova fase", contou. E, concordando com Silva, disse que a versatilidade é fundamental para a sobrevivência. "O produtor independente brasileiro é um sobrevivente. Não tem previsibilidade, ao contrário das emissoras. É claro que as emissoras também lidam com nuances, mas existe mais previsão. A produção independente é depende e volátil, a situação muda conforme o mercado muda. O audiovisual brasileiro, inclusive em termos de políticas públicas dedicadas, ainda tem muito para crescer. Não temos uma política sólida para investimento e apoio ao audiovisual. Portanto, se não fossem as parcerias, não sobreviveríamos. Versatilidade é questão de sobrevivência", assumiu Busoli. Recentemente, a executiva produziu "Betinho: No Fio da Navalha" em parceria com a AfroReggae Audiovisual e o Globoplay – a série foi a única produção brasileira selecionada para competição do CANNESERIES, festival dedicado a séries que celebra as melhores obras televisivas do mundo – o que reforça ainda mais a importância das parcerias e os bons resultados que elas podem gerar. 

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