A demanda pelos serviços das empresas de streaming vem crescendo desde o início da quarentena imposta pela pandemia da Covid-19. De acordo com Marco Lopes, CEO da Mediastream, setores como o educacional, de eventos corporativos e de entretenimento passaram a usar o recurso com mais intensidade.
No educacional, a geração de conteúdo teve um salto, com escolas que não tinham soluções de educação à distância tendo de adotar alguma solução para esta modalidade do serviço. Muitas vezes sem familiaridade com a tecnologia e com produção de conteúdo audiovisual, os professores precisam de uma solução que atenda a nova necessidade. "Quando tem uma escala muito grande de geração de conteúdo, a forma de publicação na plataforma tem que ser simples. E no segmento de educação, a geração de conteúdo se tornou um gargalo importante", diz Lopes.
A empresa já tinha experiência na transmissão de eventos corporativos, contando com equipe e infraestrutura de produção atuando, principalmente, em eventos presenciais que contavam também com uma estratégia online. Agora, viu a demanda por eventos exclusivos para o online crescer, com alguns clientes migrando suas estratégias e a chegada de novos clientes. "Fazíamos de 400 a 500 eventos por ano. O que vimos em março, foi que a média do mês dobrou", diz o CEO da Mediastream. A migração é pontual, uma vez que foi impulsionada pela impossibilidade de se realizar eventos presenciais. Para o executivo, no entanto, o resultado da experiência deve ser um aumento perene na realização de eventos online, "princialmente por conta da reeducação digital pela qual todos estamos passando".
Na área de entretenimento, a empresa já notou um aumento de 25% a 30% no tráfego de dados, com uma curva de consumo muito diferente da percebida antes da quarentena. Antes, havia picos de consumo no horário não comercial, quando as pessoas estão em casa. Agora, o consumo se mantém ao longo do dia.
Segundo Lopes, as transmissões live de show, que se popularizaram nas últimas semanas, devem entrar em uma segunda fase, não apenas com transmissões gratuitas, bancadas por patrocinadores. Empresas que representam grandes artistas já demandam soluções com acesso condicional ao conteúdo. "O OTT será forma de continuar o negócio de entretenimento", aposta.