Oi registra queda de 5,1% na receita no terceiro tri

A Oi enfrentou queda nas receitas no resultado financeiro do terceiro trimestre de 2014, divulgado nesta quinta-feira, 13. Segundo o balanço, a receita líquida da operadora caiu 5,1% no trimestre e totalizou R$ 6,738 bilhões, enquanto no acumulado de nove meses a queda foi de 3,1% e o total foi de R$ 20,549 bilhões. A principal causa foi o impacto da tarifa de interconexão no segmento móvel.

Fora a receita de outros serviços, que caiu 32,6% no trimestre e 19,6% nos nove meses (somando R$ 67 milhões e R$ 222 milhões, respectivamente), a maior redução por segmento foi no negócio móvel: -6,4% no trimestre (R$ 2,180 bilhões de faturamento) e -4,7% nos três trimestres do ano (R$ 6,578 bilhões de faturamento). A Oi afirma que a redução das tarifas de interconexão (VU-M) causou impacto, assim como o "menor número de dias úteis em razão da Copa do Mundo, por um cenário macroeconômico menos favorável e por impactos pontuais relativos à implantação do RGC (Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de Telecomunicações) em julho".

Segundo a empresa, a redução da VU-M teve alguma compensação por conta do crescimento de 26,9% na receita de dados, que somou R$ 500 milhões no trimestre e agora é quase um terço (30,4%) da receita total de clientes, que, por sua vez, gerou R$ 1,646 bilhão (redução de 2%) no período. A receita de uso de rede caiu 40% e ficou em R$ 332 milhões, devido à redução de 25% nas tarifas de interconexão. Como a tarifa será reduzida em mais 33,3% em fevereiro do ano que vem, espera-se ainda mais perda de receita. A operadora ainda somou R$ 202 milhões com receita de venda de aparelhos, 108% acima do terceiro trimestre de 2013. Os smartphones foram 76% do total das vendas, 16 pontos percentuais (p.p.) acima do ano passado.

O segmento residencial caiu 4,4% e totalizou R$ 2,451 bilhões no trimestre e R$ 7,522 bilhões no acumulado, recuo de 2,3%, justificado pela operadora pela queda na base da telefonia fixa e pela redução das tarifas fixo-móvel, embora compensado parcialmente pelo aumento na receita de banda larga e TV paga. Já o setor corporativo e de pequenas e médias empresas (PMEs) caiu 3,1% e 1,8%, totalizando R$ 2,039 bilhões e R$ 6,337 bilhões no trimestre e no acumulado, respectivamente. Essa queda também foi atribuída à redução de tarifas fixo-móvel e de interconexão, além do menor número de franquias no segmento e de processo de reestruturação, com migração de receitas de voz para dados. A empresa cita ainda a greve de funcionários terceirizados no segundo trimestre.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) consolidado ficou em 2,134 bilhões, redução de 0,2% no trimestre; e R$ 6,809 bilhões, crescimento de 11,9%. O EBITDA "de rotina" somou R$ 1,573 bilhão, queda de 20%, impactada pela menor receita. Nos nove meses, o EBITDA de rotina foi de R$ 4,923 bilhões, recuo de 5,6%. A margem EBITDA de rotina ficou em 23,3%, queda de 4,3 p.p. no trimestre e de 0,6 p.p. no acumulado (24%).

Operacional Brasil

A Oi somou 17,491 milhões de unidades geradoras de receita (UGRs) residenciais, uma queda de 5,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Ao fim de setembro, havia 11,128 milhões de linhas fixas em serviço (recuo de 8%), 5,241 milhões (-1,8%) de acessos de banda larga fixa e 1,032 milhão (+13,6%) de acessos de TV paga. A receita média por usuário (ARPU) residencial aumentou 3,8% e agora é de R$ 73,4 devido ao "foco no upselling e no cross selling de serviços e na gestão mais eficiente do churn". A companhia destaca que a velocidade média da banda larga subiu 15,7% e agora é de 4,3 Mbps, sendo que 23,1% da base possui velocidade igual ou superior a 10 Mbps.

Na operação móvel, a tele somou 48,976 milhões de UGRs, aumento de 3,5%. Desses, a absoluta maioria (41,99 milhões) é de linhas pré-pagas, com 6,986 milhões de UGRs pós-pagas, aumento de 4,9%. A companhia afirma que a penetração de aparelhos 3G/4G aumentou de 19% em 2013 para 37% no final do 3T14, o que estimula o ARPU a crescer. No entanto, considerando a base total, o ARPU caiu 15% e ficou em R$ 17,4, devido ao impacto do corte da VU-M.

No segmento corporativo, a Oi registrou 8,004 milhões de UGRs, queda de 6,3%. A companhia atribui à reestruturação nas vendas com a redução de franquias, limpeza de base no segundo semestre de 2013 e estratégia de maior racionalidade para o subsídio de aparelhos, além do cenário macroeconômico "menos favorável".

Resultados gerais

No total, juntando com a operação de Portugal Telecom e os ativos da África, a receita da Oi S.A. foi de R$ 8,842 bilhões, redução de 4,5% no trimestre, e de R$ 26,939 bilhões, queda de 0,8% no acumulado de nove meses. O EBITDA no trimestre e no acumulado do ano foi de R$ 3,003 bilhões, recuo de 1,5%; e de R$ 9,376 bilhões, aumento de 1,4%, respectivamente. Considerando o EBITDA "de rotina", houve uma queda de 16,3% e total de R$ 2,375 bilhões no trimestre, enquanto no acumulado ficou em R$ 7,423 bilhões, queda de 1,1%. A margem EBITDA de rotina ficou em 26,9%, menos 3,8 p.p. no trimestre, e 27,6% nos nove meses, recuo de 0,1 p.p..

O lucro líquido caiu de R$ 172 milhões no 2T13, para R$ 8 milhões, ou de R$ 310 milhões para R$ 14 milhões no acumulado. A companhia ressalta que o resultado não é comparável devido à consolidação dos resultados da PT Portugal desde maio deste ano.

A dívida líquida aumentou 58,3% no comparativo anual e 3,4% no comparativo com o trimestre imediatamente anterior, totalizando em setembro R$ 47,799 bilhões. A companhia atribui ao aumento das despesas financeiras líquidas para R$ 1,187 bilhão e ao impacto de R$ 461 milhões por conta da variação cambial do Real e do Euro.

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