Para governo, mérito do leilão de 700 MHz foi ter conciliado interesses

O ministério das Comunicações e a Anatel fizeram, como era de se esperar, uma defesa enfática do resultado do leilão da faixa de 700 MHz, realizado em setembro e que teve uma arrecadação combinada (entre o valor pago para as frequências e o fundo de digitalização que foi criado) superior a R$ 9 bilhões. "Foi a melhor arrecadação que tivemos em um leilão de espectro até hoje", disse o presidente da Anatel, João Rezende. Paulo BErnardo foi mais longe e comemorou o sucesso político de ter conseguido realizar um leião conciliando os interesses das emissoras de TV e das empresas de telecomunicações. "Levamos quatro anos para montar esse leilão. O setor de TV não queria nem a destinação dessa faixa, foi preciso dar uma série de garantias. Não é uma oposição qualquer ter todas as TVs contra, é uma oposição enorme. Sempre tem esse jogo de depreciar o ativo, mas sabíamos que no fim todo mundo queria", disse. Paulo Bernardo negou que tenha havido pressa para fazer o leilão por uma questão orçamentária.

"O governo não teve pressa nenhuma, começamos há quatro anos a planejar (o leião). Quando eu entrei, um monte de gente me dizia que precisava fazer. Depois, na hora de dar o cheque, o pessoal sempre reclama do momento, do preço, mas isso é assim mesmo, faz parte. Agora, eu fui ministro do Planejamento e sei da dificuldade de equacionar as contas públicas. A gente queria ter colocado mais obrigações, mas muita coisa já estava no leilão de 2,5 GHz e se olharmos do ponto de vista do tesouro, o Arno (Arno Agustin, secretário do tesouro) tem que ter outra preocupação, isso é assim. Eu tenho que me preocupar com o setor de comunicações, e conseguimos equacionar a questão da TV e ainda licenciar o espectro. Acho que em 2018 o pessoal vai se dar conta do sucesso do leilão", disse Paulo Bernardo.

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