Webséries "Longe do Reino" e "Épica das Galáxias" experimentam com troca de protagonistas

O que aconteceria com a icônica comédia "Friends" se o protagonista de "Breaking Bad", o impiedoso Walter White, fosse transportado para o Central Perk ao lado de Monica, Chandler, Pheobe, Ross, Rachel e Joey? E como um dos amigos reagiria se tivesse que sobreviver no universo brutal da produção e venda de metanfetamina de Albuquerque? Foram questionamentos como esses que inspiraram a 2 Muleques Produções e o roteirista Ulisses Mattos na criação das webséries "Longe do Reino" e "Épica das Galáxias".

Vencedoras de edital de conteúdo para web da Rio Filme, as obras trazem enredos que se misturam quando ocorre uma troca de protagonistas. "Há três etapas na construção das duas histórias. Primeiro, há a apresentação dos dois enredos. Depois, temos uma troca de protagonistas, onde brincamos com o impacto que esse novo personagem, vindo de outro universo, causa ao chegar. Por fim, há uma etapa de conclusão onde a troca é desfeita", diz Alvaro Campos, produtor e sócio da 2 Moleques e co-criador das séries.

"Longe do Reino" conta a história de um príncipe e seu escudeiro que, expulsos do seu reino encantado, são obrigados a viver em um imóvel alugado no Rio de Janeiro. Já "Épica das Galáxias" mostra quatro amigos que se reúnem para falar besteira, com a desculpa de jogar RPG.

Segundo Campos, todo projeto foi planejado para a troca de protagonistas. Por isso, cada uma das séries contou com uma equipe diferente de produção. O objetivo foi fazer com que cada uma das obras conservasse características próprias, intensificando o efeito da troca. Enquanto "Épica das Galáxias" traz um humor cheio de palavrões e referências ao mundo nerd em uma estéticaa propositalmente mais escura e agressiva, "Longe do Reino" tem um humor mais 'família' e trabalha com um ambiente mais colorido, elegante e maior investimento em arte. Além disso, é possível encontrar diversos easter eggs e referências de uma série nos episódios da outra.

As séries contam, cada uma, com 26 episódios com duração de 2 a 3 minutos disponíveis no Canal Gua no Youtube.Segundo Campos, a opção pela plataforma gratuita de vídeos levou em conta dois fatores. Em primeiro lugar, o objetivo dos produtores era divulgar seu trabalho com os projetos, sem grandes expectativas de retorno financeiro. Em segundo, eles desejavam ter espaço para experimentação e liberdade criativa. "A 'bola da vez' agora está na narrativa digital, com as plataformas de VOD explodindo. Nosso desejo era criar algo diferente do ponto de vista da narrativa, e a internet oferece maior liberdade criativa", disse.

As obras foram gravadas ao longo de duas semanas, e todo o processo de produção levou apenas cinco meses. "Gravamos com duas equipes simlutâneas, doze horas seguidas por dia, num ritmo muito intenso", conta Campos. De acordo com o produtora, a obra contou com orçamento de cerca de R$ 150 mil – R$ 100 mil do edital da Rio Filme e R$ 50 mil investidos pela própria produtora. Os episódios já contam, ao todo, com mais de 200 mil visualizações no Youtube.

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