Programadores e operadores nos EUA discutem custos de licenciamento de programação

Para os operadores e programadores de TV por assinatura dos EUA, o caminho para que a indústria de TV paga enfrente o desafio de não ficar para trás com o crescimento das plataformas de vídeo online e over-the-top está definido: é também colocar o conteúdo das redes de cabo disponíveis na Internet em um modelo autenticado, em que os clientes das plataformas de TV paga tradicional tenham acesso online quando e onde quiserem. As experiências lançadas no ano passado, como o HBO On, o ESPN 360, e o TV Everywhere já estão resolvidas do ponto de vista tecnológico, mas enfrentam ainda a dificuldade da própria indústria de resolver modelos comerciais. Por exemplo: quanto mais isso vai custar para o usuário? Para Ken Lowe, CEO da Scripps Networks(que programa canais como o Food Channel, Travel Channel e HGTV), não há dúvida que ao acrescentar a possibilidade de acesso online e multiplataforma ao conteúdo o usuário passa a ver mais valor na TV por assinatura. "Mas não podemos achar que assinante vai pagar toda essa conta". Para ele, abrir a opção de ter o conteúdo em todas as plataformas também é a chance de aumentar a receita publicitária.
Para David Haslingden, COO da Fox, a chave do negócio de programação é audiência e estar em múltiplas plataformas é uma forma de manter a audiência. "Não há dúvida que há um elefante na sala, mas o elefante é bonito e o nosso produto, nesse ambiente, é cada vez mais valorizado".
Mas se para os programadores o mundo da distribuição online de conteúdos aparece como uma grande oportunidade, para os operadores ainda é preciso acertar as contas dessa distribuição fragmentada.
"O que o NetFlix oferce é um conteúdo barato que as pessoas querem. É sem dúvida uma grande aplicação de banda larga, que realmente exige nossa infraestrutura e para nós é bom que as pessoas precisem da nossa rede", disse Robert Marcus, COO da Time Warner Cable. Para ele, o conteúdo da NetFlix não compete ainda com a TV paga, pois não tem a mesma janela de conteúdo nem a programação ao vivo e de esportes. "No momento em que os nossos conteúdos também forem distribuídos pelo NetFlix, eles terão que pagar os preços que nós pagamos, e não vão conseguir manter o mesmo modelo", disse.
Para Michael Willner, CEO da operadora de cabo e banda larga Insight Communications, existe um problema dos custos na indústria. "Há pressão de custos de todos os lados, da programação, dos pacotes grandes e das redes", disse, lembrando que isso se reflete sobre o preço pago ao consumidor. Ironicamente, diz ele, o consumidor achou na tecnologia uma solução para o problema de custos. "A tecnologia está resolvendo esse problema. A tecnologia está fazendo os consumidores poderem escolher apenas pelo que querem pagar, e isso tem que ser trabalhado pela indústria".

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