Exibição retoma crescimento em 2022, aponta Ancine

A Ancine publicou no Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual (OCA) dados do desempenho do mercado cinematográfico no Brasil em 2022. Além de permitir uma avaliação dos resultados de público e renda das produções exibidas nos cinemas após dois anos comprometidos pela pandemia, a publicação traz também dados sobre o processo de recuperação do parque exibidor.

O levantamento, realizado pela equipe da Coordenação de Estudos e Monitoramento de Mercado da Secretaria de Regulação, enfatiza o quadriênio 2019/2022. A Ancine destaca que, como 2019 foi o último ano antes da pandemia, os números daquele ano constituem um referencial para se dimensionar o impacto provocado pela COVID-19. Sob este contexto, é possível observar uma trajetória ascendente de recuperação.

Em relação a 2021, o público total (95,1 milhões) cresceu 82% em 2022, enquanto a renda total (R$ 1,8 bilhão) aumentou 98,8%. Já o parque exibidor encerrou 2022 com 3.401 salas abertas – um crescimento de 4,1% em relação ao ano anterior, chegando a um patamar bem próximo ao de 2019 (3.507 salas).

Em comparação com 2019, por sua vez, os números de 2022 representam uma queda de 46,5% no público total e de 35,4% na renda total.

Queda na participação de mercado

market share dos filmes brasileiros foi muito abaixo da média histórica em 2022. Em comparação ao ano de 2021, em que a participação brasileira atingiu apenas 1,8% da bilheteria, o ano de 2022 apresentou uma evolução de 133% no market share, alcançando uma participação relativa de 4,2% do público e 3,9% da renda. Em 2019 a participação de mercado da cinematografia nacional foi de 13,55%.

Os cinco filmes brasileiros de maior sucesso em 2022 tiveram um desempenho similar, com o público oscilando entre cerca de 390 mil e 540 mil: "Turma da Mônica: Lições", "Tô ryca! 2", "Detetives do Prédio Azul 3", "Medida Provisória" e "Eduardo e Mônica". São números ainda bastante distantes do último grande êxito nacional de bilheteria, "Minha mãe é uma peça 3", lançado no final de 2019 e que garantiu uma participação de mercado excepcional em 2020, por conta também da queda da bilheteria de títulos estrangeiros. Com 21,77% de share em 2020, o público dos filmes brasileiros foi de 8,6 milhões de pessoas.

Mais uma vez, em 2022 o mercado foi dominado pelos grandes lançamentos internacionais, destacando-se: "Doutor Estranho no multiverso da loucura" (público de 8,3 milhões); "Minions 2: A origem de Gru" (6,9 milhões); e "Avatar: O caminho da água" (6,7 milhões).

No ano passado, as distribuidoras Warner e Disney ocuparam o topo do ranking de público das distribuidoras, com mais de 30 milhões de público para cada uma. Na distribuição de filmes brasileiros, a protagonista foi a Downtown, com um público acumulado de 1,4 milhão e renda de R$ 24,3 milhões.

Expectativas

A Ancine aponta uma expectativa de o aumento da participação relativa dos filmes brasileiros no mercado em 2023, com a retomada dos grandes lançamentos nacionais, e o retorno do crescimento do parque exibidor, que se manteve em trajetória ascendente por 10 anos, até a eclosão da pandemia em 2020.

A Ancine destaca ações que vem sendo feitas com o objetivo de acelerar a retomada do cinema brasileiro. Para 2023, a agência aposta nos resultados das seis chamadas públicas do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA)  para investimento em filmes brasileiros para cinema, o lançamento de duas novas chamadas do FSA, também para produção de filmes, a aprovação de um novo plano de ação de investimentos do FSA para 2023 e, conforme previsto em sua Agenda Regulatória, a elaboração de propostas de tratamento legislativo para a renovação da Cota de Tela para filmes brasileiros nas salas de cinema, e o aumento de limites para os aportes de recursos incentivados previstos na Lei do Audiovisual.

O trabalho apresenta os resultados preliminares de 2022, que serão ampliados, consolidados e divulgados ao longo de 2023. Veja aqui o Informe.

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