15º CineBH anuncia seleção de 90 filmes nacionais e internacionais de 17 países

Em sua 15ª edição, a ser realizada entre os dias 28 de setembro e 3 de outubro, a CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte será, pela segunda vez, em plataforma virtual, em função da pandemia de Covid-19. Assim, o público de todo o Brasil e de qualquer lugar do mundo poderá assistir gratuitamente à programação de filmes (longas, médias e curtas-metragens) que será disponibilizada ao longo do evento. O público só precisa acessar o site e escolher os filmes que quer assistir. 

A curadoria contou com os trabalhos de Pedro Butcher, Francis Vogner dos Reis, Marcelo Miranda e Paula Kimo. Este ano, serão exibidos 90 títulos – 31 longas, um média, 56 curtas e dois work in progress, com produções e coproduções de 12 estados do Brasil (AL, BA, CE, DF, MG, MT, PE, RJ, RR, RS, SC e SP) e de 17 países (Alemanha, Argentina, Brasil, Espanha, EUA, Finlândia, França, Índia, Israel, Itália, Portugal, Reino Unido, Romênia, Rússia, Qatar, Turquia e Uruguai) em recortes que, na maioria, dialogam com a temática central, "Cinema e Vigilância". 

"É um trabalho de prospecção, de encontrar filmes que tenham o frescor da novidade e que ao mesmo tempo tenham relação com as ideias que estamos propondo. Não definimos os filmes a partir do conceito, mas naturalmente, durante a seleção, chama a atenção quando essa conexão acontece", diz Francis Vogner. "Essa questão da tecnologia usada para controle social e político está muito presente em toda a história do cinema, desde Chaplin e desde 'Mabuse', e nunca saiu de cena. O que aconteceu foi que, mais recentemente, os dispositivos, os algoritmos, o uso dessa máquina virtual, se amplificaram e atingem a todos nós, e o cinema tem respondido a isso de forma crítica e contundente", completa. 

A CineBH se divide tanto por formatos e duração dos filmes quanto em sessões relacionadas ao tema ou a grupos de produções que seguem propostas previamente apresentadas. 

Mostra Temática 

Nela estão reunidos 13 títulos que dialogam diretamente com a ideia de "Cinema e Vigilância", conforme destaca o curador Pedro Butcher: "São filmes que põem em xeque o sentido de controle proporcionado pelos dispositivos e pelas grandes empresas capitalistas e mostram de que forma esses mecanismos são utilizados desde situações do dia a dia e chegando até situações de guerra e de ataque ao planeta e às suas populações". 

Os filmes da Mostra Temática incluem pré-estreias nacionais, como "Cena do Crime" (Pedro Tavares, RJ), e "Auto de Resistência" (Natasha Neri e Lula Carvalho, RJ), e estrangeiras, como "Canções Engarrafadas 1-4" (Kevin B Lee e Chloe Galibert-Laîné, Alemanha/França), "Não Haverá Mais Noite" (Éléonore Weber, França) e "Toda Luz em Todo Lugar" (Theo Anthony, EUA), entre outros.

Mostra Forensic Architecture 

Dois dos programas são realizações do destaque internacional da CineBH este ano, o Forensic Architecture, coletivo multidisciplinar e multiartístico, cujo trabalho se expande de galerias de arte a julgamentos de crimes contra a humanidade e o meio ambiente: "O Assassinato de Harith Augustus", que será apresentado logo na noite de abertura da mostra – composto por seis curtas complementares, formando um grande painel de reflexão e provocação; e "Nuvens tóxicas", que inclui dois curtas e um média realizados pelo grupo.

Mostra Contemporânea Internacional 

A Mostra Contemporânea Internacional reúne cinco filmes em pré-estreia e fortemente conectados ao conceito de "Cinema e Vigilância" proposto pela curadoria. Em todos eles, de formas diversas, surgem as contradições de um mundo muito prático nas relações com máquinas e dispositivos e que se vê também sob controle desses mecanismos. São eles: "Nas Sombras" (Erdem Tepegöz, Turquia); "Na Casa do Diretor" (Mark Isaacs, Reino Unido, na foto principal); "Ocupação" (Avi Mograbi, França/ Finlândia/ Israel/ Alemanha); "Um Rifle e uma Bolsa" (Isabella Rinaldi, Índia/ Romênia/ Itália/ Qatar) e "Eu Ando sobre a Água" (Khalik Allah, EUA). Além disso, serão exibidos dois filmes do cineasta argentino Federico Veiroj, que participará do CineMundi Lab ministrando a Masterclass Internacional "Roteiro e Processos de Criação".

Mostra Contemporânea Brasil 

Na Mostra Contemporânea Brasil, quatro longas e 16 curtas-metragens apresentam um panorama de urgência da produção nacional, com muitos trabalhos recém-finalizados em plena pandemia e outros que estiveram sendo preparados e foram pegos de surpresa quando 2020 chegou, alterando as expectativas. 

Os longas trazem novidades que também contêm paralelos com a temática de "Cinema e Vigilância", ainda que não sejam diretamente conectados a ela: "Um Dia Qualquer" (Pedro Von Kruger, RJ), "Desaprender a Dormir" (Gustavo Vinagre, SP), "A Primeira Noite de Joana" (Cristiana Oliveira, RS) e "Nós, Passarinhos" (Antonio Fargoni, SP). Os curtas estão divididos em quatro sessões cujos títulos são "Brasil de agora", "Geometrias do espaço", "Medo e delírio" e "Visões adiante".

Mostra Brasil Cinemundi 

É formada por longas-metragens cujos projetos, em edições anteriores da CineBH, participaram do programa Brasil CineMundi, maior encontro de coprodução do país. A seleção da Mostra Brasil CineMundi conta com vários cases de títulos que circularam internacionalmente e que vêm recebendo reconhecimento e premiações, como "A Febre" (Maya Da-rin, Brasil/ Alemanha/ França), "A Morte Habita à Noite" (Eduardo Morotó, SP/ PE), "Aos Olhos de Ernesto" (Ana Luisa Azevedo, RS), "Carro Rei" (Renata Pinheiro, PE), "Desterro" (Maria Clara Escobar, Brasil/ Argentina/ Portugal) e "Todos os Mortos" (Marco Dutra e Caetano Gotardo, Brasil/ França). 

Mostra A Cidade em Movimento 

Com curadoria de Paula Kimo, a Mostra A Cidade em Movimento é composta por 20 filmes realizados de forma totalmente independente em Belo Horizonte e região metropolitana. Sob a temática este ano "Cidade (em) comum", os títulos foram divididos em cinco seções, cada uma delas fazendo um recorte distinto das várias formas de enxergar e se relacionar com o espaço urbano através do audiovisual.

Mostra Diálogos Históricos 

Assim como a CineBH exibe um recorte significativo da produção contemporânea mundial, a Mostra Diálogos Históricos tem por objetivo relacionar o que se vê hoje com aquilo feito no passado. Conectada à temática "Cinema e Vigilância", a Diálogos Históricos tem em 2021 três longas-metragens que contarão com bate-papo com profissionais para acompanhar cada sessão. Serão: "Aelita, Rainha de Marte" (Yakov Protazanov, 1924, Rússia), comentado pelo pesquisador João Lanari; "O Testamento do Dr. Mabuse" (Fritz Lang, Alemanha, 1933), com comentários do crítico Inácio Araújo; e "O 5º Poder" (Alberto Pieralisi, Brasil, 1962), comentado pelo pesquisador Reinaldo Cardenuto.

Cine-Escola e Mostrinha 

Espaço para a formação de novos espectadores de cinema em programas especialmente pensados para atender escolas, estudantes ou famílias. Nas sessões Cine-Escola, os títulos são selecionados de acordo com faixa etária, com orientações de classificação indicativa a professores e educadores. Já na Mostrinha, estão os curtas "Trincheira" (Paulo Silver, AL) e "Torcida Única" (Catarina Forbes, SP) e o longa "Miúda e o Guarda-Chuva"(Amadeu Alban, BA). 

O evento é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. Conta com patrocínio Mater Dei, CEMIG / Governo de Minas Gerais. A parceria cultural é do Sesc em Minas e Goethe Institut; o apoio é da Embaixada da França no Brasil, Instituto Universo Cultural, Casa da Mostra e Café 3 Corações. A idealização e a realização são da Universo Produção. 

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