Com a consolidação global do VOD como modelo de difusão e venda de vídeos, novos modelos de negócios começam a surgir com a utilização deste meio de distribuição de conteúdo. Entre eles, está o Educational Vídeo on Demand – EVOD. Esse novo segmento, ainda pouco difundido no Brasil, serve como uma videoteca digital com vídeos a serem utilizados como recurso de pesquisa e complementação das aulas. Por um sistema online, universidades assinam palaformas de E-VOD e disponibilizam gratuitamente o conteúdo a estudantes, pesquisadores e professores.
A agente de vendas Elo já comercializou com plataformas internacionais de EVOD mais de 30 títulos brasileiros como "A Árvore da Música" (Interface Filmes e North Produções), "Loki" (Canal Brasil) e "Quem se Importa?" (Mamo e Grifa Filmes). Os títulos já estão disponíveis para acesso online em instituições como Harvard e Stanford. Segundo Sabrina Wagon, diretora e cofundadora da empresa, o interesse internacional por títulos brasileiros justifica-se com o aumento da relevância política e econômica do Brasil. “Temos visto um grande interesse por documentários, principalmente sobre temas históricos e políticos. Quase metade dos títulos negociados era documentário”, revela.
A maior parte da receita com negociações dentro desse modelo, conta a executiva, vem de acordos de revenue share com as plataformas de distribuição online. “Os acordos podem até envolver um mínimo fixo, mas não é o principal”, diz. Segundo ela, a Elo já fechou acordo com duas plataformas no Estados Unidos. A intenção da empresa é expandir o negócio nos próximos anos. “Já estamos em negociação com muitas outras empresas. No momento, é uma aposta, mas nós acreditamos que a rentabilidade do conteúdo vem da complementaridade de diversas plataformas. Assim como a venda para companhias aéreas, essa é uma nova área que vamos explorar”, explica.
No Brasil
Segundo Wagon, o modelo de EVOD ainda não é explorado no Brasil. Para ela, isso pode começar a mudar com a lei, em vigor desde junho deste ano, que determina a exibição de conteúdo audiovisual brasileiro em escolas. “O que acontecia muito era a utilização de conteúdo não liberado, esbarrando na ilegalidade. O VOD, com o tempo, pode se tornar uma opção viável devido sua praticidade”, avalia. Além disso, ela ressalta a necessidade de garantir infraestrutura para a entrega do serviço. “Um professor dando uma aula não pode ficar com conexão irregular, interrompendo o filme”, diz.