Em 2012, Oi focará na oferta integrada de serviços, inclusive vídeo

A Oi anunciou aos investidores nesta segunda, 17, o seu plano de investimento até 2015, e definiu 2012 como o ano do 4Play na oferta de serviços. Isso significa que a operadora está apostando em integrar à sua oferta de serviços a TV por assinatura de maneira agressiva, com marketing, esforço de venda e oferta integrada de produto para ter um crescimento relevante em unidades geradoras de receita (UGR). A grande novidade anunciada pela Oi é a plataforma de IPTV, com lançamento previsto para o segundo semestre, possivelmente em setembro. Mas não é essa a estratégia de crescimento massiva em TV paga no curto prazo, já que a operadora planeja operar IPTV prioritariamente em cima da rede de Fiber-to-the-Home (FTTH), que ainda precisa ser construída e que chegará a 2,5 milhões de homes-passed até 2015. Ou seja, a  maior parte de crescimento da Oi em TV paga virá com o DTH, em uma estratégia já iniciada, com uma redução do preço de entrada para R$ 29,90 nos primeiros três meses (depois vai a R$ 59,90) e vantagens para clientes Velox (banda larga) e de outros produtos da empresa. Segundo o presidente da Oi, Francisco Valim, a operadora já alcançou a marca de 40 mil vendas de DTH por mês. A Oi não mencionou no seu planejamento o desejo de ter oferta de TV paga por redes físicas (cabo ou fibra) em muitos municípios, frustrando as expectativas de quem apostava que com as mudanças legais a operadora levaria TV a cabo a todo o Brasil. Também não foi dada uma estimativa da penetração prevista em cima da rede de fibra a ser construída.

A novidade tecnológica que a Oi está enfatizando é a plataforma de IPTV, cujo foco são os clientes de alta renda. Segundo Valim, as primeiras cidades a receberem o serviço serão Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

Plataforma Microsoft

A plataforma selecionada pela Oi foi a Mediaroom, da Microsoft, a exemplo do produto Meo, da Portugal Telecom (acionista controlador da operadora). Durante a demonstração a investidores realizada pela Oi nesta terça, 17, no Rio de Janeiro, a operadora inclusive demonstrou o serviço a partir da plataforma localizada em Portugal. A proposta da Oi é chegar com a ultra banda larga por meio da rede de fibra e apresentar um produto de vídeo simples que permita uma série de diferenciais em relação às plataformas atuais de TV paga. Entre elas estão a possibilidade de catch up TV para qualquer canal, serviços over-the-top com parceiros de conteúdo integrados ao set-top, redes sociais., integração com o serviço de música Rdio, além de VOD, integração multiplataforma desde o primeiro dia (incluindo TV everywhere), media center etc.

Outra vantagem da tecnologia escolhida, na visão da Oi, é a possibilidade de zapeamento rápido entre canais, na ordem de 200 milissegundos, o que a operadora alega ser 10 vezes mais rápido do que as plataformas convencionais. O serviço funciona com uma taxa de transmissão de 9 Mbps por canal HD e a operadora ainda avalia a possibilidade de integrar ao acesso por fibra soluções de RF sobre fibra, para desafogar a rede de canais lineares muito consumidos.

Uma das vantagens do uso da solução da Microsoft é a integração do serviço com os consoles de videogame XBox. O  problema é que o console não pode ser desbloqueado. Estima-se em 900 mil o número dos XBox no Brasil.

Caixa híbrida

Segundo Pedro Ripper, vice-presidente de inovação da Oi, está no planejamento da operadora uma solução híbrida que integre o DTH e o acesso banda larga, a exemplo do que operadoras como a GVT estão explorando. Mas ainda não existe previsão sobre quando esta solução será lançada. Segundo apurou este noticiário, a Oi planeja focar nos domicílios de alta renda com a rede de fibra. Nos 2,5 milhões de homes-passed estariam cobertos 80% dos domicílios de alta renda da área de cobertura da operadora. A operadora planeja ainda ter 1,5 milhão de domicílios cobertos com Fiber-to-the-Node (FTTN), que permite outras soluções de banda larga como VDLS e ADSL2, que eventualmente poderão ser a base para a oferta de IPTV.

Equação

A equação de custos que viabiliza uma oferta agressiva de DTH, com um produto a R$ 29,90 na entrada, passa pelo empacotamento com outros serviços. A Oi acredita que, ao contrário do que acontecia no passado, as margens da banda larga e do serviço de voz ajudarão, num primeiro momento, a viabilizar algum eventual subsídio dos custos de programação para a aquisição do cliente de TV paga nesses patamares mais agressivos de preço.

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