"Sol a Pino" é um filme de ficção científica, em fase de desenvolvimento, que utiliza o afrosurrealismo para contar a história de uma família de mulheres negras enrijecidas que precisa se acolher durante um processo de luto. Porém, ao se refugiarem em um universo de realidade virtual, elas se desconectam umas das outras. Voltado para o público jovem-adulto, esse é o primeiro longa-metragem escrito pela roteirista e diretora Ana do Carmo.
O projeto de desenvolvimento do roteiro de longa-metragem "Sol a Pino", de Ana do Carmo, foi contemplado no Prêmio das Artes Jorge Portugal, e tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.
O projeto de roteiro vem seguindo uma carreira promissora no cinema, onde já conquistou o Prêmio Cabíria 2020; Prêmio no Nicho 54 com serviço de tradução da Aspas Audiovisual e credencial para o programa Diversity and Inclusion do European Film Market (Berlinale); Prêmio Nordeste Lab 2020 com anuidade para o programa Cinema do Brasil e credenciais para a Marché du Film do Festival de Cannes 2021; Prêmio de mentoria criativa e bolsa de desenvolvimento pela Netflix e Telecine através da Gira de Projetos Zózimo Bulbul 2020; Prêmio do Projeto Paradiso com credencial para o SXSW – South by South West (EUA); além de já ter participado do PanLab 2020; o Mercado Audiovisual da APAN 2020; mercado FIM Women's Film Market; e do laboratório internacional de roteiro PLOT 2021.
Tendo como inspiração a escritora Conceição Evaristo, a realizadora Ana do Carmo avalia seu roteiro como um estudo sobre como as mulheres negras experimentam o tempo e como podemos dar um novo significado a ele, com base nas cosmologias e afeições, realizar ações como abraçar o choro durante os processos de cura, entendendo isso como um direito que nos tem sido negado. "O 'Sol a Pino' é meu primeiro projeto de longa-metragem e é inspirado nas mulheres negras de minha família: aquelas que nunca tiveram a chance de admitir suas fraquezas, porque tiveram que carregar o mundo sobre seus ombros".
Para a produtora executiva da obra, Rubian Melo, "Sol a Pino possui a sensibilidade de tratar de assuntos atuais da sociedade e pessoais da autora, de forma a conectar o imaginário e a realidade que às vezes é tão dura, que não conseguimos discutir de forma clara. "Gosto quando tenho a oportunidade de trabalhar com projetos criativos feitos com alma e que possuem a capacidade de tocar mais pessoas, além do aspecto visual e do entretenimento. É uma obra que fala exatamente disso, assuntos atuais como o impacto ambiental, o uso de jogos de realidade virtual no celular por jovens e adultos, o calor do verão soteropolitano, o luto, o aspecto social interseccional com questões de raça e classe, a partir da experiência de mulheres negras. Assuntos esses, que a partir da obra cinematográfica, vão levar o pensamento crítico de uma forma lúdica, para que as pessoas passem a olhar a sua rotina de uma forma mais atenciosa".
