Duas a cada três crianças não acreditam que políticos cumprirão promessas

A Viacom, em parceria com o Instituto QualiBest, publicou nesta quarta, dia 17, nova versão do estudo Conicktados. A pesquisa avaliou as percepções das crianças brasileiras em relação à política. Realizado em agosto, o estudo entrevistou 120 crianças, entre 7 e 12 anos de idade, sendo 53% meninos e 47% meninas, das classes A, B e C1, das  cidades de São Paulo e Rio de Janeiro

Mais da metade das crianças que participaram do painel afirmou sentir-se negativamente impactadas quando o assunto é política. As palavras que expressam seus sentimentos são: irritada, triste, chateada, chocada, repugnada, ansiosa e indiferente. Apenas uma minoria expressou sentimentos positivos em relação ao tema, mas sempre em relação ao futuro, ou seja, sentindo-se esperançosas e confiantes no que virá.

Cerca de 2/3 das crianças acredita que um candidato, ao ser eleito, não irá cumprir o que prometeu. O estudo também mostrou que a escola, de modo geral, abre pouco espaço para o tema, não proporcionando a experiência política às crianças na forma de uma simulação de votação, por exemplo, ou abordando o assunto em sala de aula. Apenas um a cada seis participantes declarou já ter  participado de eleições na escola como votação para o representante da turma ou simulação de eleições.

De acordo com o estudo, o tema chega aos pequenos principalmente por meio dos pais, mas de forma indireta, quando estão conversando entre si ou comentando o tema em situações informais. Cerca de metade das crianças afirma categoricamente que seus pais não conversam sobre política com elas.

Entendimento político

A pesquisa também avaliou o nível de conhecimento que as crianças na faixa etária de 7 a 12 anos têm sobre política. A maioria associa política à ideia de Estado, ao ato de governar, administrar o poder e o país e muitas confundem política com eleições: um modo de votar, dar opinião e eleger. As crianças foram unânimes em afirmar que a política serve para criar "regras, organizar, delimitar, não ter bagunça".

Há ainda uma compreensão geral de que a política está inserida no cotidiano da vida coletiva através dos serviços públicos, entre os mais mencionados estão, nas palavras das crianças, hospitais, educação e buracos nas ruas. saúde pública, educação e segurança são os temas que as crianças consideram mais importantes para a população.

O estudo apontou que 86% dos entrevistados sabem qual é o regime de governo do país, 87% entendem que o voto é secreto, 98% sabem que Dilma é a presidente e 67% sabem que o Brasil já passou pela ditadura, compreendida como algo ruim e opressivo: para 20%, ditadura é quando o povo não tem liberdade/ não pode fazer nada / tem que obedecer, para 19%, quando o povo não pode falar/ dar opinião, e para 16%, quando temos que fazer o que mandam/ como os governantes querem/ ele ditam as regras.

Eleições

As crianças também foram estimuladas a apontar quais os partidos e políticos que mais conheciam: o PT e o PSDB foram os partidos mais lembrados, com 87% e 68% respectivamente, seguidos por PMDB (62%) e PDT (51%) e os cinco políticos mais conhecidos pelos participantes do painel são: Dilma (98%), Lula (79%), Haddad (58%), Alckmin (54%) e Marina (49%). Aécio é lembrado por 33% (principalmente entre as crianças de 11 e 12 anos).

As crianças também disseram ser contra o voto obrigatório (64%), não acham que influenciam no voto de seus pais (59%), mas acreditam que as próximas eleições irão mudar algo em suas vidas (56%).

Envolvimento

Quando questionadas se gostariam de participar de uma cena política, 60% afirmaram que sim, que gostariam de dar sua opinião, bem como gostariam de ouvir e aprender, enquanto 40% disseram que ainda são muito novas ou que não tem opinião para contribuir. Mas se pudessem entrevistar um político, as crianças já teriam as perguntas na ponta da língua: Por que existe tanta pobreza no país e tantas pessoas sem moradia? / Por que você não melhora o país?/ Por que você fala que vai fazer e não faz nada? / Por que nada muda nunca?.

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