A DirecTV Latin America anunciou nesta terça, dia 18, que recorreu ao Chapter 11, o que significa uma espécie de pedido de reestruturação forçada pela Justiça norte-americana para evitar a falência da empresa. O motivo alegado foi a crise na América Latina e o reduzido volume de vendas. A empresa controla 11 operações na região, incluindo a DirecTV no Brasil.
Segundo Michael A. Feder, responsável pela reestruturação da empresa, ?a iniciativa visa fortalecer a DirecTV Latin America permitindo o crescimento da base de forma lucrativa?.
O recurso ao Chapter 11 não atinge as subsidiárias locais (DirecTV Brasil, por exemplo), que continuam operando normalmente, mas afeta diretamente os contratos fechados em âmbito pan-regional, como programação. Não são esperadas demissões nem cortes de benefícios.
A DirecTV Latin America disse que pedirá ainda hoje às autoridades responsáveis nos EUA que rejeitem os contratos que não atendam aos interesses econômicos de longo prazo, citando nominalmente o contrato da Copa do Mundo 2006 com a Fifa, o contrato com o Music Choice e o contrato com o Disney Channel. Não está mencionado o contrato com a HBO no fato relevante da companhia. De acordo com a agência Reuters, DirecTV e Disney estão em disputa por conta de um aumento de 35% imposto pela programadora para seu canal.
A Hughes deve liberar US$ 300 milhões à DirecTV Latin America em financiamento de dívida, dependendo da aprovação das autoridades norte-americanas. O Chapter 11 foi requerido à U.S. Bankruptcy Court em Wilmington, no estado de Delaware.
Sem sucesso
O recurso ao Chapter 11 mostra que as negociações inciadas em janeiro com programadores e fornecedores não renderam os resultados esperados pela DirecTV. ?Nós reconhecemos os esforços de todos envolvidos nas discussões sobre uma possível reestruturação negociada fora dos tribunais. No entanto, concluímos que o recurso ao Chapter 11 é uma medida necessária e apropriada objetivando os desafios financeiros e operacionais imediatos. Esperamos que o processo nos permita reduzir significativamente os custos fixos e a revisão de contratos que não estejam em linha com a realidade econômica do mercado ou ainda que não compartilhem com programadores e fornecedores uma parcela dos riscos de variações cambiais e desvalorizações de moedas. A reestruturação nos permitirá simplificar alguns instrumentos contratuais assim como reduzir significativemente nosso endividamento de longo-prazo?, disse Michael Feder. A expectativa é que a reestruturação seja rápida, disse o executivo, já que os problemas estão claramente diagnosticados.
A notícia vem ao mesmo tempo em que Kevin McGrath anuncia a sua aposentadoria como chairman da empresa, dando lugar a Larry Chapman, que será presidente e COO da companhia.
