A partir de agora, futuro da DirecTV depende da Justiça

O processo de reestruturação da DirecTV Latin America em função do recurso ao Chapter 11 da lei de falências norte-americana deve levar pelo menos alguns meses até ser concluído. Todos os contratos daqui em diante terão que ser avaliados pela corte de falências de Delaware, responsável pelo caso. O critério de análise da Justiça norte-americana para estes contratos será a preservação da viabilidade da companhia e do interesse dos demais credores. Segundo Milton Torres, vice-presidente da DirecTV Latin America responsável pelas operações do Cone Sul, incluindo Brasil, serão avaliados os contratos com programadores, fornecedores e até mesmo com a Hughes, controladora e principal credora financeira da DirecTV.
Alguns fatores, contudo, podem contribuir para a agilização do processo de reestruturação decorrente do Chapter 11: o recurso foi voluntário; o principal credor financeiro é a própria controladora da empresa (Hughes) e; o reforço de caixa de US$ 300 milhões dado pela Hughes para a DirecTV Latin America funciona, aos olhos da Justiça, como uma garantia de que empresa vai continuar operando. Provavelmente a DirecTV se enquadrará no chamado "fast-track Chapter 11".
Milton Torres afirma que ainda não sabe como os credores da DirecTV Latin America se organizarão nessa reestruturação, mas afirma que normalmente é comum que seja criado um comitê de negociação. Ele afirma também que as operações locais não suspenderão nenhuma de suas atividades nem deixarão de fazer nenhum pagamento. Apenas os contratos fechados via EUA estão sujeitos às condições do Chapter 11.
Milton Torres diz também que, como os pagamentos a programadores cujos contratos foram rejeitados estarão suspensos durante a renegociação, haverá uma melhora da situação de caixa da DirecTV. Com isso, a empresa pode encontrar alternativas e novas estratégias de crescimento. "O que já estava previsto no orçamento continuará sendo feito. Novas estratégias, contudo, poderão ser adotadas para ajudar a companhia, até porque esse é o objetivo do Chapter 11. Mas tudo o que for feito daqui em diante precisará do crivo da corte que acompanha o caso", diz o executivo.
Milton Torres lembra ainda que não foi escolhido um novo gerente geral para a operação brasileira, que segue operacionalmente sob sua responsabilidade direta.

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