"Saudade fez morada aqui dentro", de Haroldo Borges, levou o troféu Astor Piazzola do Festival de Mar del Plata, com cinco prêmios, incluindo o de melhor filme na escolha do júri oficial e também do público. O filme é do coletivo baiano Plano 3 Filmes – mesma equipe de "Filho de Boi" e "Jonas e o Circo sem lona". Essa é a terceira vez que o cinema brasileiro obtém o prêmio máximo e conquista o troféu Astor Piazzolla do Festival. A primeira foi em 1970 com "Macunaíma", de Joaquim Pedro de Andrade e, em 2003, Domingos Oliveira levou o prêmio com "Separações".
O festival de Cinema de Mar del Plata, na Argentina, é o único festival classe A de toda América Latina reconhecido pela FIAPF (Federação Internacional de Associação de Produtores Cinematográficos) junto a festivais como Cannes, Berlim, Veneza e San Sebastian. Sua primeira edição foi em 1954 e, desde então, veio se consolidando como um espaço de grande relevância para o cinema internacional. Nessa edição, foram exibidos filmes de diretores como Guillermo del Toro, Lucrécia Martel e Santiago Mitre. Após a participação no festival, "Saudade fez morada aqui dentro"fará sua estreia na Ásia e Europa e deverá estrear em salas de cinema no Brasil em 2023.
O filme conta a história de Bruno, um menino de 15 anos que está perdendo a visão de forma irreversível. Com todas as incertezas da adolescência, amplificadas pela cegueira iminente, a trama converte o destino trágico de seu protagonista em um relato de aprendizagem coletivo. "Depois desses últimos anos de sombras, onde parte da nossa sociedade parece ter ficado cega, queríamos contar uma história capaz de resgatar o afeto, a esperança, a empatia, a capacidade de olhar pro outro", diz Haroldo Borges.
O projeto é viabilizado por meio do Edital Setorial de Audiovisual – 2019, com apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural do Estado da Bahia e Secretaria de Cultura da Bahia, e da Ancine, através Fundo Setorial Audiovisual. Além disso, tem apoio financeiro do Projeto Paradiso e do Dolby Institute.
No Festival, o longa levou Prêmios Oficiais (Prêmio Astor Piazzola ao Melhor Longa-metragem; Prêmio de Melhor Filme eleito pelo voto do Público; e Menção Especial do Jurado pelo trabalho com o elenco) e Prêmios Independentes (Prêmio Humanista SIGNIS ao Melhor Longa-metragem e Prêmio de Melhor Montagem concedido pela EDA – Asociación Argentina de Editores Audiovisuales).
