Belas Artes Grupo tem novidades para 2024 em exibição, distribuição e streaming 

André Sturm, presidente do Belas Artes Grupo (Foto: Divulgação)

Em um movimento estratégico visando a expansão de suas operações, o Belas Artes Grupo tem novidades para o mercado audiovisual. O grupo formado em 2019 reúne três empresas: o Cine REAG Belas Artes, um dos mais tradicionais cinemas de rua da cidade São Paulo, inaugurado em 1967; a Pandora Filmes, distribuidora de filmes independentes fundada em 1989; e o  À La Carte, streaming de filmes lançado em abril de 2020.

No Belas Artes, a novidade é a parceria com a REAG Investimentos – com o acordo, o cinema foi rebatizado de Reag Belas Artes. Essa colaboração proporcionará recursos adicionais para impulsionar iniciativas e projetos inovadores, fortalecendo a posição da empresa no mercado. A parceria de cinco anos entre a investidora e o cinema deverá proporcionar melhorias para o espaço e para o público. "Para além da mudança no nome, o mais importante são os recursos necessários para pagar o aluguel", assume André Sturm, presidente do Belas Artes Grupo, em entrevista exclusiva para TELA VIVA. "Um cinema de rua precisa pagar um aluguel competitivo com o mercado, e a rentabilidade de um cinema é muito inferior a de diversos segmentos, como lojas ou bancos. Por isso a principal necessidade do patrocínio. Mas além disso, estamos fazendo algumas melhorias na projeção, som e conforto", adianta. 

Nova interface e melhorias na plataforma de streaming

Em paralelo, o grupo está lançando uma nova plataforma do seu serviço de streaming, o À La Carte, que conta com uma nova interface e melhorias para os usuários. Os assinantes agora conseguem criar perfis personalizados e também acessar de outras plataformas, como firestick, e as já tradicionais: TV, celular e computador. O À La Carte surgiu em meio à pandemia e, desde então, aposta na curadoria para seguir relevante num mercado tão concorrido e para se diferenciar das demais plataformas. "Não queremos concorrer com as gigantes. Oferecemos ao público o que ele não encontra nelas – seja por não oferecerem mesmo ou por ser difícil de encontrar. Ao invés de algoritmos, damos mais informação sobre cada filme com vídeos produzidos por nós", conta Sturm. 

Para este ano, os planos para o À La Carte incluem, além dos novos recursos e melhor navegabilidade para os usuários, uma ampliação do acervo com mais ofertas de títulos. 

Mercado de distribuição

No cenário internacional, a Pandora Filmes destaca-se com a aquisição de "Eu, Capitão", filme indicado ao Oscar de 2024 na categoria de Melhor Filme Internacional, além de outros filmes engatilhados e com previsão de lançamento ainda este ano, como os inéditos "Club Zero", com Mia Wasikowska, e "Bastarden (The Promised Land)", com Mads Mikkelsen – ambos exibidos no Festival de Cannes em 2024. 

Como parte da estratégia, o grupo esteve há pouco na última edição do Festival de Berlim. "Pudemos encontrar os principais agentes de venda e assistir a dezenas de filmes e promos. E ainda fechar alguns bons negócios que chegarão ao longo do ano. A presença brasileira foi forte. O estande do Cinema do Brasil estava sempre cheio. Foi bom ver nossos produtores presentes e buscando negócios", analisou o executivo. 

Perspectivas para o cinema nacional

Sturm ainda refletiu sobre o atual momento do cinema nacional – que, depois de anos difíceis, parece estar finalmente entrando em um período de retomada, com títulos brasileiros alcançando números de bilheteria que eram vistos somente antes da pandemia. "O público dos cinemas demorou a voltar. Não é por ser o meu setor, mas foi o setor que mais sofreu: o primeiro a fechar e o último a reabrir. Isso fez com que muita gente perdesse o hábito. Os cinemas ficaram marcados como lugares 'perigosos'. Mas o público vem retornando. O 'Barbieheimer' (junção dos títulos 'Barbie' e 'Oppenheimer', que foram os campeões de bilheteria global em 2023) fez um enorme bem aos cinemas e ajudou na retomada. No Brasil, os números estão crescendo, e seguirão assim com a excelente safra prevista para 2024", opinou. "As expectativas para o mercado de cinema nacional são muito fortes. Teremos títulos de diversos gêneros e estilos. Será um ano histórico para o cinema brasileiro". 

Por fim, Sturm apontou quais são os desafios que ainda persistem para o cinema nacional. Segundo ele, o principal é "fortalecer as distribuidoras independentes para que possamos ter mais empresas disputando o mercado e criando estratégias criativas para o lançamento dos filmes brasileiros". Como exemplo de estratégia nesse sentido, ele citou o trabalho da Vitrine Filmes com o lançamento de "Nosso Sonho", a cinebiografia de Claudinho e Buchecha. 

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