Chegou ao fim no último sábado a 75ª edição do Festival Internacional de Cinema de Locarno, e filmes e projetos brasileiros saíram premiados do evento. “Regra 34”, novo longa-metragem da diretora e produtora Julia Murat, recebeu o Leopardo de Ouro, mais alta premiação do Concorso Internazionale, que o Brasil não levava para casa desde 1967, com “Terra em Transe”, de Glauber Rocha. O filme tem produção da Esquina Produções Artísticas, da Bubbles Project e da francesa Still Moving.
Dois curtas-metragens brasileiros também foram premiados no último sábado. “Big Bang”, dirigido por Carlos Segundo, venceu Melhor Curta-Metragem de Autor. “Soberane”, produção cubana da brasileira Wara, também recebeu o Leopardo de Ouro Melhor Curta Internacional. No Open Doors Co-Production Hub, evento de mercado voltado para projetos de longa-metragens da América Latina e do Caribe, “Moa”, mais recente longa do diretor cubano Marcel Bertrán, produzido pela brasileira Mediocielo Films, recebeu o maior prêmio do evento oferecido pelo Visions Sud Est , além do Prêmio ARTE Kino International Prize. “Regra 34” e “Moa” receberam apoio do Projeto Paradiso, pelo programa Brasil no Mundo, para participar do festival.
Já o cineasta carioca Leonardo Martinelli, que recebeu uma Bolsa Paradiso para a Locarno Residency com o projeto “Fantasma Neon”, foi selecionado para a próxima etapa da residência – dos dez participantes, apenas três projetos foram escolhidos para seguir na formação. Ele receberá um novo apoio do Projeto Paradiso para a segunda etapa do programa, que segue ao longo de um ano, durante o qual Martinelli receberá mentorias individuais em sessões online e presenciais, em Locarno, e concorrerá a um prêmio de 5 mil francos suíços.
Além deles, o Projeto Paradiso também apoiou a presença da produtora e distribuidora audiovisual Amanda Kadobayashi, que participou do Locarno Pro U30, evento de indústria ligado ao Festival dedicado a uma nova geração de profissionais do cinema envolvidos em distribuição e vendas. O programa é voltado para os profissionais de menos de 30 anos que já participaram de alguma das Locarno Industry Academies, que são workshops realizados ao redor do mundo – inclusive em São Paulo, onde a sua edição anual é realizada durante o BrLab.
Em parceria com a Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), o Projeto Paradiso ainda ofereceu passagem aérea para Gabriel Linhares Falcão, profissional brasileiro selecionado para o Critics Academy, programa de treinamento direcionado a jovens críticos de cinema de vários países durante o Festival de Locarno.
“O Festival de Locarno tradicionalmente tem como marca a atenção especial ao cinema autoral de qualidade e tem impulsionado a carreira de inúmeros novos talentos. Fortalecer esses profissionais é também a missão central do nosso trabalho no Projeto Paradiso”, afirma Josephine Bourgeois, diretora executiva da instituição.
