MPA e exibidores formam coalizão para impedir a gravação de filmes nos cinemas

A Motion Picture Association (MPA) apresentou nesta quinta, dia 19, a Coalizão do Cinema Contra o Camcording (4C), entidade que reúne exibidores e distribuidores no combate contra a prática de gravar filmes no cinema para depois reproduzi-los sem autorização na Internet. Segundo Ygor Ribeiro, vice-presidente e consultor de proteção de conteúdo da Motion Pictures Association América Latina, a coalizão atuará em três frentes: treinamento de funcionários, compartilhamento de informações e pressão por punições mais severas. Fazem parte do grupo as empresas 20th Century Fox, Paramount Pictures, Sony Pictures, Universal Pictures, Walt Disney Studios e Warner Bros. Pictures.

Ao abrir o primeiro painel do terceiro dia da Expocine 2015, o executivo comemorou a prisão do casal acusado de gerenciar o site Mega Filmes HD, e lembrou que eles publicavam muitos filmes gravados nas salas. "Muitos filmes chegavam ao site antes de sair dos cinemas. É preciso combater a prática, é aí que a pirataria começa", disse Ribeiro.

A coalizão já produziu um vídeo sobre o tema, que será exibido em treinamentos para funcionários. Na obra, as empresas recomendam que o funcioná?io fique atento a pessoas com comportamento suspeito, como ficar segurando uma bolsa apontada para tela sem se mover. Se perceber algum comportamento estranho, o funcionário deve pedir para que a pessoa o acompanhe para fora da sala para tentar achar a câmera escondida. "O funcionário deve cuidar para que o cliente que está ali recebe aquilo pelo que pagou, o entretenimento. O cliente não pode levar um pedaço do banco, por exemplo, e também não pode levar um pedaço do filme", explicou Ribeiro.

Para ele é preciso que as autoridades responsáveis passem a adotar penas mais severas para esse tipo de crime. José Bento, diretor de operações da Cinemark, compartilha a mesma opinião. "Há dois anos montamos uma operação e pegamos em flagrante um 'camcorder'. Ele saiu da cadeia no dia seguinte e ainda mandou email tirando sarro da situação. Essa certeza de impunidade incentiva esse tipo de ação"

O site também reunirá informações compartilhadas entre os exibidores, para mapear melhor a atuação dos piratas. Segundo Ribeiro, as empresas conseguem saber quando e onde os vídeos publicados na internet foram gravados, por meio da tecnologia de marca d'água. "Sabemos de conde o conteúdo vem, e podemos verificar nas câmeras prováveis suspeitos", concluiu.

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