AVOD está no começo, mas é tendência global

O AVOD (vídeo sob demanda bancado por publicidade) está apenas começando, mas é uma tendência global que se firmará como uma das principais modalidades de streaming de vídeo, sobretudo na América Latina. É o que disse Adriana Naves, head de Distribuição de Conteúdo da Roku na América Latina. A executiva participou nesta quinta, 20, do evento Dia do Streaming, realizado pela empresa OTT com organização de TELA VIVA.

O country manager da Vix Brasil, Enor Paiano, concorda. Segundo ele, falta ainda educar o mercado anunciante sobre as vantagens da modalidade de vídeo. "Em inovação, primeiro o público abraça, as marcas vêm em seguida. O AVOD veio para ficar e vai ser o produto para massas, enquanto o SVOD (vídeo sob demanda por assinatura) para nichos", disse o executivo do serviço da Univision/Televisa. "Num país onde a TV aberta é extremamente consumida, o caminho do AVOD é sem volta. Será a bola da vez muito em breve, o grande negócio do mercado em curtíssimo prazo", previu Maurício Kotait, general manager, da ViacomCBS no Brasil, empresa responsável pelo serviço Pluto TV.

Paiano diz que o mercado publicitário ainda não entendeu o modelo de streaming grátis. "Só o streaming grátis permite unir o que o digital e o que a TV têm de melhor. O consumidor no digital não tem tempo para assimilar a mensagem de uma marca, no streaming, sim. É um conceito novo que tem que ser pedagogicamente colocado no mercado", diz o executivo. 

"No momento em que vivemos, as marcas e as agências arriscam menos. No entanto, o AVOD cresce mais rapidamente do que outras plataformas", diz Kotai. A Pluto TV já conta com 120 anunciantes em seus 40 canais disponíveis no Brasil. A expectativa é chegar a 60 canais até o fim do ano. 

O AVOD a que se referem, vale destacar, é o modelo de conteúdo profissional e que passa por curadoria, diferente do modelo do YouTube, já estabelecido junto aos anunciantes. Para Guilherme Coelho, CEO da 01 Digital, distribuidora de conteúdos digitais e aplicativos de conteúdos como Galinha Pintadinha, a curadoria traz credibilidade tanto para anunciante, quanto o consumidor. "Acredito que nos canais com curadoria e não gerados por usuário, há um controle maior e nós (produtores e distribuidores de conteúdo) confiamos mais. Essa segurança é passada para o outro lado também, o anunciante começa a compreender isso, assim como o consumidor", diz.

Nova janela

Tanto os serviços de AVOD, como o Roku abrem espaço para parceiros. Segundo Kotait, da Viacom CBS, a Pluto TV pode abrigar quem tenha conteúdo suficiente para montar um canal. "Se não é possível construir um canal, incluímos seu conteúdo nos canais existentes. Tem espaço para todo tipo de conteúdo", diz o executivo.

A Vix Brasil também abre espaço para detentores de conteúdo, embora não em canais lineares. Entre os atuais parceiros da plataforma está a produtora e distribuidora O2 Filmes. "O conteúdo brasileiro conhecido não tão conhecido está disponível (para contratação). Estamos trabalhando com coisas que saem do óbvio e com audiência muito boa", conta Paiano.

Já a Roku está aberta a trabalhar com qualquer perfil e segmentação de aplicativo. Para entrar na plataforma, é necessário criar o app em uma linguagem própria. A plataforma conta com sua própria solução de billing, bem como área comercial para a publicidade. O modelo de negócio com os parceiros de conteúdo é o revenue share.

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