"A Verdade da Mentira", documentário da Elo Company em coprodução com o History e o IT&E, é lançado digitalmente

No documentário "A Verdade da Mentira", cujo lançamento digital está marcado para o dia 26 de outubro, a jornalista Petria Chaves conversa com colegas de profissão, fundadores de agências de checagem de fatos, especialistas em produção e marketing digital, acadêmicos e também com pesquisadores do ambiente digital e de comportamento humano. Os entrevistados buscam as causas e consequências da disseminação de conteúdos comprovadamente desinformativos acelerada pelo uso da tecnologia, apontam as características e funções dos bots – perfis automatizados nas redes sociais – e como eles estão sendo utilizados nas mídias sociais e na internet no geral.

O filme, uma produção Elo Company em coprodução com canal History e o Instituto Tecnologia e Equidade (IT&E) sob a direção de Maria Carolina Telles, conta com entrevistas de Pedro Dória, editor do Canal Meio; Angela Pimenta, presidente do Projor; Cristina Tardáguila, fundadora da Agência Lupa e diretora adjunta da International Fact-Checking Network (IFCN); Laura Chinchilla, ex-presidente da Costa Rica e Observadora da OEA; Marco Aurélio Ruediger, diretor da FGV DAPP; Thiago Rondon, diretor do Instituto Tecnologia e Equidade (IT&E), entre outros.

Na última quarta-feira, 21 de outubro, a equipe do longa participou de uma coletiva de imprensa para apresentar o projeto. Na ocasião, a diretora contou que o ponto de partida foram dois estudos: um do próprio IT&E, que fazia um mapeamento sobre elementos de desinformação nos períodos eleitorais e como eles podiam alterar os rumos das eleições, e um outro, intitulado "Robôs, Rede Sociais e Política do Brasil", da FGV. "Os dois me impressionaram bastante e, a partir daí, comecei a conversar sobre o assunto com a Elo Company e, mais tarde, com a Petria Chaves. Entendemos que estávamos diante de uma mudança de comportamento para além de tudo isso, então decidimos abrir para uma reflexão maior e mais ampla", comentou Telles.

Chaves, por sua vez, contou que, ao receber o convite para integrar a equipe do projeto, lá em 2018, ficou apreensiva, já que o assunto exige muito cuidado na abordagem. Mas tanto ela quanto outros entrevistados do filme, como Pedro Doria, defendem na obra – ela de forma mais indireta e ele mais diretamente, por meio de seus depoimentos – o jornalismo como pilar fundamental nesse contexto, atuando como ferramenta política dentro do cenário democrático. "O jornalismo está se questionando e sendo questionado pela sociedade, mas acredito que ele sairá mais forte dessa fase. É um trabalho essencial em termos de apuração e credibilidade", comenta a jornalista. A profissional pontua ainda que, no documentário, só faz perguntas, e não dá respostas por conta própria ou tira conclusões: "Queria dar menos opinião e mais reflexão. O intuito do filme é trazer consciência, permear esse desejo na sociedade. A obra se pretende como uma cartilha para jogar questões, trazer estímulos para que se entenda quais os mecanismos e os atores dessa história. E ela é apartidária – não queríamos ser agentes para fomentar ainda mais essa polarização. Por isso até que optamos por ouvir especialistas".

Para Pedro Doria, o papel do jornalista é informar e vai continuar sendo assim, e que o ideal é que esse grupo saiba cada vez mais usar as ferramentas digitais: "Precisamos estar nas redes sociais e não ingenuamente. Temos que entender como elas nos manipulam emocionalmente – e elas fazem isso o tempo todo. Somos inclinados e ficar zangados e responder com ira, mas são armadilhas. Temos que compreender onde essas armadilhas estão". Doria ainda diz que, quando os políticos acusam a impensa de fake news, isso faz parte da tática. "Não é sem querer, eles precisam fazer isso. No momento em que eles implantam a dúvida a respeito de onde está a informação, o truque da desinformação tem espaço para crescer", analisou.

Distribuição

Paula Garcia, produtora executiva da Elo Company e também do documentário, conta que a estratégia de distribuição é "inovadora e diferente", baseada na distribuição colaborativa.

Nesta semana, a produção está disponível exclusivamente no NET Now. A partir do dia 26, chega ao Looke e Vivo Play – seguindo no catálogo do Now – e também poderá ser assistida por meio de um site exclusivo do filme. Por fim, o canal History exibirá o título com exclusividade na Pay TV no dia 8 de novembro, às 20h45.

Com o objetivo de ampliar o alcance e possibilitar ainda mais opções para o público assistir ao lançamento, será usada a Eyelet, primeira plataforma de licenciamento de streaming global que trabalha com o conceito de codistribuição em seu modelo de negócios. A Eyelet oferece um modelo de negócio no qual qualquer publisher interessado em divulgar o filme (via resenha, material, etc) pode se cadastrar na plataforma para receber as receitas dos licenciamentos gerados a partir do link dele. Um grande atrativo é que o usuário assiste ao filme na página do publisher, sem redirecionamento.

Evento online

Por meio do IT&E e da Elo Company, a campanha de lançamento incluirá o evento online "Os limites do discurso de ódio nas redes sociais", marcado para o dia 30 de outubro. O encontro será composto por três painéis: "Como enfrentar o discurso de ódio no contexto eleitoral?", com Petria Chaves, Ministro Luis Roberto Barroso e Fernando Lottenberg, das 15h às 16h; "A experiência de grupos que sofrem com discursos de ódio", com Rabino Michel Schlesinger, Djamila Ribeiro, Alexadre Pacheco da Silva, Cristina Naumovs e Rodney William, das 16h30 às 17h30; e "Como prevenir os linchamentos virtuais na eleição de 2020?", com Cristina Tardáguila, Luciano Santos, Thiago Rondon e Marco Aurélio Ruediger, das 18h às 19h. A mediação do evento será de Débora Freitas e as inscrições estão abertas por meio da plataforma Sympla.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui