Com apenas um ano de operação na produção de imagem, a Play It Again Som & Imagem fez o seu primeiro trabalho de production service para o mercado internacional. A produtora foi a responsável pela produção das imagens brasileiras da série "Di padre in figlia", que será exibida no canal Rai Uno, na Itália. Financiada pela Rai Fiction, a série é dirigida por Riccardo Milani e escrita por Cristina Comencini e Riccardo Milani. A Arteon é responsável pela produção executiva no Brasil.
As filmagens foram feitas em Roma, Milão e Bassano del Grappa, na Itália, e na cidade de Bofete, no interior de São Paulo. Todas as imagens captadas no Brasil foram produzidas por Marcos Monteiro e Pedro Minnassian, da Play It Again Som & Imagem, em parceria com a Arteon, de Carla Luzzati e Erica Bernardini.
"Foi meio inesperado, mas uma experiência interessante. Seguramos uma produção com 40 pessoas já no primeiro trabalho internacional", conta Tula Minassian, sócio da produtora. "Demos apoio para a equipe no Brasil. Eles vieram com 15 pessoas (equipe principal, incluindo diretor, primeiro assistente, fotógrafo), que se juntaram a 25 brasileiros. Além disso, fizemos todo o trabalho anterior, de locação e de elenco", conta Minassian. O ator brasileiro Carmo Dalla Vecchia está no elenco do filme, tendo gravado também na Itália.
Mercado
Segundo o produtor, a ideia agora é começar um trabalho ativo de venda do serviço de produção para o mercado internacional. No último ano, a produtora realizou 15 trabalhos de produção em imagem, entre publicidade e tutoriais para o mercado corporativo. "2015 foi ruim para todo mundo, mas nós conseguimos nos consolidar como produtora de imagem, o que já é bom", diz.
Minassian promete anunciar em breve uma nova equipe para 2016, ampliando o leque de atuação para além da publicidade, abrigando também o cinema. "O efeito positivo da crise é criar, abrir novas possibilidades de negócios na empresa", explica.
Áudio
Segundo o produtor, que tem mais de 20 anos de atuação como produtor de áudio, o mercado de trilhas está difícil. "É frustrante ser nivelado por baixo. A tecnologia para a música trouxe uma nova geração de áudio que faz tudo 'sozinho e ruinzinho'. Não há mais qualidade produtiva. Dificilmente usam orquestra, maestro e músicos profissionais", diz.
Segundo Tula Minassian, mesmo para o entretenimento, que ganhou importância nas produtoras de imagem com o achatamento dos orçamentos para publicidade, a áudio não é devidamente valorizado. "Não conseguimos valorar o talento artístico. A maioria dos compositores que trabalhava conosco deixou o mercado de trilhas, foi buscar outros mercados", conta. "As maiores séries nacionais não têm trilha original, é tudo trilha branca. Não há uma trilha que contribua para a narrativa do filme", desabafa.