Cineastas esperam que Ancine interfira na distribuição

Diversos cineastas acreditam que a Ancine pode melhorar a distribuição de filmes no Brasil. Em debate realizado no XII Cine Ceará, a diretora do longa-metragem ?Uma vida em segredo?, Suzana Amaral, atribuiu a falta de espectadores nos filmes nacionais à escassez de políticas de incentivo aos distribuidores. ?A agência terá o poder de exigir a exibição de filmes brasileiros nas salas de cinema dos shoppings, por exemplo, e também pode criar políticas de incentivo à construção de salas em cidades pequenas?, afirma, sem detalhar suas propostas.
O roteirista e diretor do longa-metragem ?Houve uma vez dois verões?, Jorge Furtado, concorda que leis de incentivo podem ser criadas para os distribuidores, porém ressalta que os cineastas brasileiros não pensam na questão comercial, o que inviabiliza a exibição de muitos filmes. ?Os longas nacionais têm enquadramentos muito demorados e roteiros mal feitos, que tornam os filmes chatos. Dessa forma ninguém quer vê-los?, reclama.
Os diretores também mostraram certa expectativa em relação a possíveis políticas criadas pela Ancine para a exibição de filmes nacionais na TV paga. ?A TV é uma concessão e não pode se negar a passar a produção nacional em detrimento da estrangeira. Algum tipo de exigência tem que ser feita?, diz Suzana Amaral. Ela ressalta que o cinema paga todas as taxas de importação exigidas, enquanto a televisão é isenta de impostos. ?Se não querem passar nossos filmes, que pelo menos possamos concorrer em igualdade de condições?.
Mas a própria diretora de ?Uma vida em segredo? admite que seu filme não é comercial e não deverá agradar o grande público. ?É lento e tem uma linguagem lúdica, o público pode até não gostar, mas pelo menos tem que conseguir vê-lo?, afirma a diretora.

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