Segundo Alex Braga Muniz, diretor-presidente da Ancine, o ano de 2023 vem se mostrando produtivo e de "expectativa concreta, que se projeta na realidade". Durante o Pay-TV Forum, realizado nestes dias 22 e 23 por TELA VIVA e TELETIME, o dirigente da Ancine lembrou que a ministra da Cultura, Margareth Menezes, anunciou um investimento de R$ 1 bilhão na atividade audiovisual e que o Fundo Setorial do Audiovisual anunciou R$ 450 milhões para infraestrutura e inovação. Destacou ainda uma agenda com prioridade na renovação das cotas de cinema e do SeAC e no tratamento do streaming.
Braga diz que o investimento no audiovisual será maior do que em outros anos que tiveram montantes elevados do FSA destinados ao setor. Segundo ele, quando se viu um aumento do FSA, o maior indutor da atividade, foi em detrimento das leis de incentivo. A Ancine também pretende deixar uma marca em volume de investimentos das leis de incentivo, que têm "o mérito de estimular parcerias, novos modelos de composição financeira, incluindo recursos privados somados aos públicos, e o mais importante, a garantia de circulação do bem audiovisual".
Sobre a cota de conteúdo no SeAC, o presidente da Ancine diz que este é o segmento onde as obras brasileiras, principalmente independentes, mais circulam e se apresentam à sociedade brasileira. "Acreditamos na transversalidade dos segmentos de mercado. Não vamos abrir mão de janela. O que queremos é garantir a presença de conteúdo brasileiro em todas as janelas relevantes", diz.
Canais
Alex Braga também adiantou que haverá um tratamento especial aos canais brasileiros de espaço qualificado de 12 horas, os Super Brasileiros. "A Ancine entende que para estes canais são necessárias ações complementares para manutenção do modelo", disse. De acordo com o dirigente, desde a origem da Lei do SeAC houve a pendência de um mecanismo de fomento para além do financiamento de parte da grade de programação dos canais.
Este tema será tratado após a prorrogação das cotas, em conjunto com outra janela importante, formada pelas TVs do campo público, que têm ainda papel relevante na regionalização da produção. "Serão tratados, não em pé de igualdade, por que são diferentes, mas com a mesma atenção e cuidado", diz.