Fábio Faria diz que campanha do PT foi favorecida em "várias rádios"

(Atualizada às 21:45) O ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou na noite desta segunda, 24, que "várias rádios" publicaram mais inserções do PT do que do presidente Jair Bolsonaro nas campanhas eleitorais. De acordo com ele, se constatou, "após dupla checagem", que a diferença foi de 154 mil inserções a menos para a campanha do atual presidente no período de 7 a 21 de outubro. Faria disse que os dados foram encaminhados ao Tribunal Superior Eleitoral nesta segunda.

Faria falou à imprensa ao lado de Fábio Wajngarten, um dos coordenadores da campanha de Jair Bolsonaro. O ministro não apresentou a origem dos dados. Wajngarten, além de atuar na campanha, é proprietário de uma empresa que faz este tipo de análise de veiculações a Controle da Concorrência (FW Comunicação e Marketing). O marketeiro, vale lembrar, foi secretário de Comunicação Social da Presidência da República e, posteriormente, secretário executivo do Ministério das Comunicações, ambos no governo de Jair Bolsonaro.

Em despacho assinado à 20:45, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, diz que os fatos narrados pela campanha de Jair Bolsonaro não foram acompanhados de prova ou "documento sério", limitando-se à apresentação de "suposto e apócrifo" relatório de veiculação em rádio gerado pela Audiency. Se trata de uma empresa catarinense de análise de planejamento, distribuição e acompanhamento de campanhas em rádios credenciadas a ela.

Ainda no despacho, Moraes chama de "fato grave" a apresentação de denúncia de suposta fraude eleitoral sem base documental, o que pode ser caracterizado como crime eleitoral dos autores "se constatada a motivação de tumultuar o pleito eleitoral em sua última semana".