Na noite da última quarta-feira, 24 de abril, o Prime Video Showcase, evento promovido pela plataforma de streaming em São Paulo, reuniu executivos da empresa do Brasil e de fora para apresentações e painéis sobre novos conteúdos, dados dos consumidores e próximos passos do serviço. O Brasil é um dos territórios mais relevantes para o Prime Video, e a presença de lideranças internacionais no encontro evidencia o desejo da marca de fortalecer ainda mais sua presença local.
O Prime Video quer se firmar no mercado como um destino único de entretenimento, que reúne conteúdos e serviços. Mediado pela jornalista Mari Palma, o evento abriu com Paulo Koelle, que assumiu como head do Prime Video para a América Latina em 2023. O executivo relembrou um pouco da história da plataforma no Brasil, que começou há oito anos, com o lançamento no território brasileiro com, inicialmente, um catálogo composto por alguns títulos internacionais. Em 2019, foi lançada oficialmente a chamada "assinatura Prime", que reúne o acesso ao Prime Video e também outros benefícios do Amazon Prime, tais como frete grátis e envio rápido de produtos, Amazon Music, Amazon Reading e Amazon Games, entre outros serviços. Em 2020, foram lançados os primeiros conteúdos originais nacionais no serviço, que ajudaram a impulsionar a audiência local.
De lá para cá, foram lançados mais de 40 produtos originais exclusivos brasileiros, produzidos no Brasil. Em complemento, o serviço passou a investir em esportes, e adquiriu, por exemplo, os direitos de transmissão da Copa do Brasil e da NBA – o que, segundo Koelle, trouxe uma resposta bastante positiva por parte do público. Ele revelou alguns dados inéditos: o Prime Video conta com uma audiência média de 20 milhões de pessoas por mês no País e, desde 2019, já investiu mais de 5 bilhões de reais em conteúdos pagos para o Brasil – incluindo aqui esportes, conteúdo original local e licenças internacionais que trouxeram para cá.
Modelo de negócio
O Prime Video parte da premissa que o cliente hoje quer encontrar todas as suas opções de entretenimento em um único destino. "O cenário de streaming hoje é maravilhoso para quem ama conteúdo. Há uma oferta muito ampla de serviços e de conteúdos de altíssima qualidade. Mas quais as consequências disso? Recentemente, uma pesquisa pública feita na Inglaterra revelou que o consumidor de streaming passa, em média, duas horas por mês procurando o que assistir. Isso é uma frustração, e acontece porque são muitos aplicativos disponíveis, cada um com uma senha, com diferentes métodos de pagamento, e muitas vezes eles não estão instalados em todos os dispositivos pessoais da pessoa. É uma coisa cada vez mais complexa", observou Koelle.
Nesse sentido, Louise Faleiros, country manager do Prime Video Brasil, também apresentou alguns dados: em média, os brasileiros assinam 4.2 serviços de streaming e 77% dos consumidores desejaria simplificar o acesso aos conteúdos nesses serviços. "Com tanta opção, gera-se uma certa exaustação por conta da quantidade de conteúdos. Os consumidores não encontram o que querem ver, perdem tempo pesquisando. O Prime Video entra para resolver essa dor e permitir que o público encontre tudo o que quer em um só lugar", disse Faleiros.
Koelle pontuou: "Resolver esse desafio começa reconhecendo que nós nunca teremos todo o conteúdo que as pessoas querem ver. Para isso, podemos trabalhar com parceiros, personalizar esse conteúdo e entregá-lo para as pessoas de uma forma que seja muito mais prazerosa". A partir dessa ideia, o Prime Video criou um modelo de negócio novo em 2020 e que vem evoluindo até agora. "Acreditamos que quem ama entretenimento, sempre quer mais. E ninguém vai oferecer tudo. Então organizamos nosso serviço em três partes", explicou. São elas: a assinatura Prime, que traz o acesso ao portfólio Prime Video, com conteúdos como séries, filmes e esportes, além dos benefícios Amazon Prime; o serviço adicional de canais, o chamado Prime Video Channels, no qual o usuário pode assinar outros serviços – tais como Max, Paramount+, Premiere e Telecine, entre outros, dentro do ambiente do Prime Video, com uma senha e método de pagamento únicos; e a loja de filmes, onde é possível comprar ou alugar desde obras clássicas até títulos novos, alguns inclusive ainda em cartaz nos cinemas. Atualmente, são cerca de 7 mil filmes disponíveis.
"Os principais desafios em manter esse modelo de negócio são dois. O primeiro, do ponto de vista do cliente, é que ter muito conteúdo requer que a gente possa organizar e personalizar esse conteúdo de forma integrada, sem diferenciação, baseada na preferência do cliente, e não numa preferência julgada por terceiros. Ele precisa ter acesso ao conteúdo da Amazon e dos parceiros que ele assina de forma integrada. O segundo desafio é tornar esse serviço cada vez mais atraente para os nossos parceiros, fazendo com que eles queiram fazer parte. Para isso, damos a eles total controle dentro da interação com o cliente dentro do ambiente Prime quanto na forma que esse conteúdo é apresentado aos assinantes. São ferramentas self-service, onde eles mesmos operam suas páginas dentro do Prime Video", detalhou Koelle.
Hoje, são mais de 20 Prime Video Channels disponíveis, e a estratégia tem sido bem sucedida. Segundo a country manager, o Brasil está no Top 5 do mercado global de maiores assinantes desses canais. Além disso, o País tem um dos maiores engajamentos com o serviço no mundo, em termos de volume de consumo, assistindo a mais conteúdos do que países da Europa e a Argentina, por exemplo. Faleiros também trouxe algumas curiosidades: os filmes são os conteúdos favoritos dos assinantes Prime Video Channels, mais do que as séries. E, em relação aos gêneros, eles preferem ação e drama.
"Nossa oferta de futebol é boa, mas quem deseja mais, pode assinar o Premiere dentro do Prime Channels. Nossa oferta de filmes também é boa, mas quem deseja mais, pode assinar a Max. E assim por diante. O cliente tem flexibilidade para criar o serviço que deseja, sem estar amarrado a um pacote de canais", reforçou o head da empresa, ressaltando que o modelo não segue a lógica da TV por assinatura, em que muitas vezes o cliente acabava adquirindo canais que não tinha interesse em assistir. Ele mencionou ainda que a comodidade para o assinante também está presente no momento da assinatura dos canais, que pode ser feita pelo controle remoto, sem celular ou computador, e inclusive no momento de um eventual cancelamento. "Também temos uma preocupação com isso e queremos melhorar a experiência do consumidor até quando ele quiser cancelar".
Em 2023, as abas do Prime Video que mais cresceram foram os channels e a loja de filmes. "Isso aconteceu, claro, porque trouxemos novos parceiros de distribuição e novos canais, especialmente Telecine e Max. Só neste ano, já lançamos Universal+ e Crunchyroll, e teremos novos canais a serem lançados nos próximos meses", adiantou o executivo, que concluiu: "Quem vai determinar nosso futuro é o cliente, e sabemos que ele quer a segurança de que vai entrar no serviço e sempre encontrar uma coisa nova e interessante para assistir".
Investimentos em esportes
Para além de séries e filmes, o Prime Video tem investindo bastante em esportes, e quer continuar avançando nesse sentido. Os resultados já são positivos: a Copa do Brasil e a NBA estão entre os cinco conteúdos mais vistos na plataforma no ano passado. E, neste ano, a audiência da Copa do Brasil – cuja última edição começou no final de fevereiro – já é melhor do que a de 2023.
E, dentro do serviço, o fã de esporte também consome outros conteúdos, como séries e filmes. "O esporte é um atrativo importante, mas temos mais a oferecer, e as pessoas já reconhecem isso", pontuou Koelle. "E sabemos que a responsabilidade em transmitir esporte ao vivo é muito grande. A transmissão tem que funcionar de forma ininterrupta, e com qualidade. Levamos isso muito a sério. Esporte é uma das nossas prioridades e vai continuar sendo uma área de fortes investimentos", finalizou.