Websérie destaca o protagonismo de diferentes grupos sociais no processo da Independência do Brasil

Outros Gritos da Independência traz luz à contribuição de diferentes grupos sociais que participaram da construção do projeto da nação brasileira. Dividida em quatro episódios, a série apresenta professores, historiadores e lideranças de movimentos sociais que destacam e valorizam a participação dos que ficaram esquecidos à margem do processo da Independência: a população negra, os indígenas, as mulheres e a classe trabalhadora. Mais do que expor os aspectos históricos, sociais e políticos do processo, o objetivo é destacar as participações que, no passado, foram suprimidas.

Ao longo dos séculos vários direitos foram sendo conquistados por estes grupos: as mulheres garantiram o direito ao voto; os indígenas tiveram suas crenças, cultura e terras reconhecidas pela Constituição de 1988; a política de cotas aumentou o número de negros nas universidades; o racismo passou a ser crime hediondo e as leis trabalhistas foram regulamentadas. Mesmo depois dessas importantes conquistas que se transformaram em politicas públicas, ainda são muito os desafios colocados, à medida que as transformações globais trazem outras questões econômicas, sociais e políticas ao debate socioeconômico.

A websérie é produzida pela Forte Filmes, Oito Produções Culturais e Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura.

"A imagem que simboliza a Independência e que nos foi passada é a figura de Dom Pedro I e de homens brancos fardados empunhando espadas. Mas o processo envolveu outros importantes grupos sociais que tiveram participação decisiva em combates e revoltas que sacudiram o país naquele período. É sobre a participação destes grupos que queremos ressaltar e valorizar", diz Luiz Prado, diretor da websérie.

Atualmente, passados mais de 200 anos da Independência do Brasil, esses grupos ainda lutam por fazer valer o que está escrito na Constituição de 1988: ampliação dos direitos de reconhecimento de culturas, crenças e terras indígenas; fim do racismo; ampliação do número de negros nas universidades e leis trabalhistas.

Novos desafios, trazidos pela globalização, são adicionados às conquistas que já foram obtidas.

"Nossa proposta foi apresentar de uma forma diferente como essa história não só foi construída mas como ela ainda é construída. Procuramos trazer exemplos da história como também exemplos contemporâneos para pensar os quatro grupos sociais excluídos do processo negros, mulheres, indígenas e trabalhadores. Nos quatro episódios da série os depoentes convidados pesquisadores, estudiosos e pessoas de movimentos sociais, puderam preparar essa grande teia de gritos e sussurros que estão presentes na nossa história e no nosso momento contemporâneo e é isto que faz um pouco a diferença deste projeto em relação a tudo que se fez na celebração da história da independência do Brasil", destaca o curador e consultor, Luciano Figueiredo.

A websérie também pretende promover a reflexão sobre os caminhos percorridos por esses grupos sociais e que ainda hoje seguem lutando para ampliar seus direitos políticos, sociais e econômicos, visando contribuir para uma sociedade mais inclusiva, participativa e solidária.

O projeto conta com material educativo especialmente criado para o professor explorar o conteúdo da websérie em sala de aula. A Cartilha do Professor, organizada por Fernanda Pereira, propõe temas para a reflexão e atividades para serem desenvolvidas com os alunos com o objetivo de sensibilizar os leitores a exercerem um olhar critico e vigilante sobre a sociedade e seus desdobramentos políticos, contribuindo para a construção de um Brasil mais justo. Acesse a Cartilha do Professor neste link.

O acesso aos episódios é gratuito pelo canal da Forte Filmes no YouTube. Veja abaixo:

  • Indígenas Episódio 1 – "A trajetória dos povos indígenas na construção do país".

Participação de Marize Vieira de Oliveira, professora de história, mestre em educação pela UFRJ, presidente Associação Indígena Aldeia Maracanã, e Paulo Peixoto Vista, professor e professor do Instituto Federal do Piauí.

  • Povo negro Episódio 2 – "A luta do povo negro no processo da abolição e da independência".

Participação de Márcia Amantino, professora e pesquisadora da UERJ, e Wannia Santana, pesquisadora sobre relações de gênero e relações raciais, presidente do conselho curador do IBASE.

  • Mulheres Episódio 3 – "O protagonismo das mulheres no processo da independência".

Participação de Karoline Carula, pesquisadora, historiadora e professora do Departamento de História da Universidade Federal Fluminense da UFF, e Ana Lúcia Pardo, jornalista, historiadora, gestora cultural, artista, professora e pesquisadora.

Trabalhadores Episódio 4 – "A luta dos trabalhadores ao longo da história do Brasil".

Participação e Paulo Cruz Terra, professor e pesquisador do curso de História da UFF e Kenia Aparecida Miranda, professora da Faculdade de Educação da UFF.

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