AVOD: apenas 15% dos consumidores estão dispostos a ver longos anúncios

Uma pesquisa recente desenvolvida pela KPMG revelou dados sobre o comportamento do consumidor de vídeo por streaming no Brasil. Os levantamentos foram feitos nos últimos meses com 1012 consumidores – dos quais 86% consomem streaming e 70% costumam acessar dois ou mais serviços de vídeo por streaming diferentes. 

Quase 60% dos respondentes têm idades entre 18 e 30 anos, com predominância da faixa de 22 a 24 anos (27%). O gênero masculino aparece em ligeira maioria – 51%. Quanto à renda mensal, metade situa-se na faixa abaixo dos R$ 3 mil por mês – mas é preciso considerar que parte desse público, por ser bastante jovem, ainda não conquistou a independência financeira, tanto que 42% residem com os pais (ou com um dos responsáveis). 

Investimento e valores 

Dentre os respondentes, 70% são responsáveis por pagar suas respectivas assinaturas, enquanto 17% utilizam plano familiar e 7% usam as senhas compartilhadas por outro(s) pagante(s). A maior parte dos pagamentos (72%) é efetuada via cartão de crédito ou débito, o que sinaliza um potencial interessante para outras formas de pagamento, como o gift card, que tem menos de 1% de adesão. 

O conteúdo gratuito tem apelo, mas não basta para atrair o público: o percentual de respondentes que se mostra disposto a tolerar longos anúncios em troca de acesso grátis ao conteúdo é inferior a 15%. 

Ainda assim, quem usa serviços gratuitos não o faz necessariamente pela isenção de custos. Para os entrevistados, o acesso fácil (46%), a capacidade do algoritmo enviar sugestões com base nos interesses do usuário (43%) e a ampla gama de opções (37%) são mais importantes do que a gratuidade.

Para 47%, seria aceitável assinar mais de uma plataforma, mas essa decisão dependeria principalmente do custo. Já 21% não avalia a possibilidade de assinar novos serviços. Por outro lado, 78% aceitariam pagar algo a mais nos próprios serviços que assinam para obterem conteúdo extra que satisfizesse suas expectativas – principalmente filmes recém-lançados (58%), uma tendência que a pandemia pode ter contribuído bastante para reforçar. Transmissão de esportes exclusiva e em tempo real (23%) e músicas (20%) também são citadas. Uma parcela de 19% estaria disposta a pagar mais R$1 a R$10 por esses serviços adicionais e 25% poderia investir uma quantia adicional de R$11 a R$20. 

Chama atenção o fato de mais da metade dos respondentes – 52% – afirmarem não saber do lançamento de nenhum novo serviço de vídeo por streaming no Brasil neste último ano, sendo que grandes marcas, como Paramount+, Pluto TV e Disney+ chegaram recentemente por aqui. 

Conteúdo 

A quantidade de conteúdo disponível é o ponto mais observado por 57% dos respondentes ao avaliar as opções de serviços de vídeo por streaming. Em segundo lugar, é mencionada por 41% a oferta de séries de alta repercussão. Os esportes são citados em apenas 10% das respostas. Já em relação aos conteúdos que mais gostam de assistir, os respondentes apontam séries (78%) e documentários (25%). 

Ainda em relação ao conteúdo, 64% dizem valorizar uma "ampla gama", 49% buscam o fornecimento constante de novidades e 46% apreciam a disponibilidade de séries, filmes e documentários. Também existe uma predominância de conteúdos gravados (39%) em detrimento do conteúdo exclusivamente ao vivo (2%). 

Formas de acesso

Mais da metade – 51% – dos respondentes acessam a programação por meio de televisões e 30% utilizam smartphones. Neste ponto, há uma diferença entre pessoas de faixas etárias distintas: enquanto as televisões tradicionais e as SmarTVs predominam entre as pessoas com mais de 25 anos (61%), os smartphones são a escolha de praticamente quatro entre dez respondentes abaixo dessa faixa etária. 

Problemas de conexão foram apontados por 22% dos respondentes, aspecto que possivelmente será corrigido, ou pelo menos minimizado, com a expansão de internet rápida e implementação da tecnologia 5G no Brasil. 

Plataformas 

Os entrevistados elencaram mais de 70 serviços diferentes dentre suas assinaturas, sendo que 29% acessam apenas um serviço, 30% acessam dois serviços, 22% acessam três serviços, 9% acessam quatro serviços e outros 9% acessam cinco ou mais serviços. 

Quase metade (48%) dos participantes da pesquisa não mudaria nada no serviço de vídeo por streaming que utiliza atualmente, o que indica um índice de satisfação bem elevado. Mas 16% gostaria de encontrar mais variedade (filmes, músicas, séries, esportes, games), 11% dizem que a experiência de utilização poderia ser aprimorada, 9% apontam que seria bom ter mais conteúdos gratuitos e/ou preços mais acessíveis e 8% acreditam que seria bom imprimir mais velocidade na inclusão de novidades e lançamentos. 

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