Agora em novo canal, série "Em Nome da Justiça" estreia sua terceira temporada

(Foto: Divulgação)

Na sexta-feira, dia 19 de abril, às 21h10, o A&E estreia a terceira temporada de "Em Nome da Justiça", série apresentada pela criminóloga Ilana Casoy. Apesar de estar em sua terceira leva de episódios, a produção é inédita na grade do canal, uma vez que as temporadas anteriores foram veiculadas pelo AXN, da Sony Pictures Television. O projeto segue sendo uma coprodução da JPO Entertainment, produtora que assina a criação. 

Casos de pessoas que foram presas por crimes que não cometeram, vítimas de erros policiais ou judiciais, estão em foco na docussérie, que tem oito episódios em sua nova temporada. Conduzida por Casoy, a série analisa decisões judiciais de crimes cujos processos foram marcados por dúvidas. São histórias de cidadãos comuns e seus familiares – na maior parte das vezes, pessoas mais simples – que enfrentam muitas dificuldades para provar sua inocência, enquanto o acusado vive situações dramáticas no sistema prisional brasileiro. 

Ao longo dos episódios, a criminóloga constata que os acusados, quase sempre, são vítimas das condições precárias dos sistemas policial e judiciário do Brasil. Além do trauma, eles ainda precisam arcar com os custos de investigações e revisões processuais paralelas – que deveriam ser obrigação do Estado – ainda que a justiça determine com clareza que cabe a quem acusa provar a culpa de qualquer pessoa e que, de acordo com a lei, qualquer suspeito é inocente até que se prove o contrário. 

Os casos mostrados são todos reais – e o processo de pesquisa, escolha dos personagens e checagem foi feito pela produtora. "Temos que encontrar as pessoas, convencê-las a dar depoimentos e conferir todos os autos do processo. Alguns casos já aconteceram faz tempo. São oito histórias, mas precisamos de umas 100 inicialmente até chegar nesse número. A regra é que todos os casos já tenham sido julgados, sem nada ainda em trâmite, ou esperando algum tipo de pendência na justiça. Nossos advogados, e dos players também, fazem toda a checagem", detalhou Alexandre David, produtor executivo, em entrevista exclusiva para TELA VIVA. 

Logística de produção complexa 

Para o produtor, os maiores desafios são as questões de logística. "Temos casos do Brasil inteiro – nessa temporada, curiosamente, muitos de fora do eixo Rio-São Paulo. Fomos com a equipe para o Norte, para o Nordeste, e precisamos coordenar a agenda de todo mundo – o acusado, o advogado, os demais envolvidos. Às vezes, chegávamos no lugar e uma das entrevistas era desmarcada. Então essa logística foi super complexa", revelou. "Mas aprendemos muito com as temporadas anteriores. Dessa vez, fomos com menos pressa. O canal foi um super parceiro e acompanhou o ritmo do processo – que não é rápido", acrescentou. 

David contou ainda que o projeto foi vendido para o A&E em 2020 – mas, por conta da pandemia, não foi possível sair para gravar. "Aproveitamos para desenvolver mais, estudar os casos, trabalhar bastante nessa pré-produção. Começamos a rodar mesmo em 2022. Mesmo assim, levou tempo. É uma série que tem uma pré e uma produção complexas, a pós nem tanto. São muitas entrevistas, cenas encenadas, as 'cabeças' gravadas pela Ilana, pesquisas de imagens…", citou. 

Caráter social e de denúncia 

Para além de contar as histórias desses casos específicos, a série também permite uma reflexão sobre o sistema policial e judiciário do Brasil. "Para nós que produzimos, dá um alívio poder ajudar as pessoas. Contar a verdade. Pensamos nisso desde a primeira temporada, que é de 2017/2018. É gratificante. Essa foi nossa proposta desde sempre, a Ilana reforça isso nos episódios, questiona esse lado da nossa justiça. Achamos que falar sobre esses casos realmente ajuda, chama a atenção, as pessoas comentam. Esse é o papel do audiovisual, para além de entreter", refletiu o produtor. 

E diante da estreia num novo canal, as expectativas são altas. "O A&E é um canal que tem esse foco, traz bastante conteúdo sobre crimes. Acho que será perfeito pra gente. Estamos bem satisfeitos. Eles foram bem parceiros", celebrou. 

Novos projetos 

A JPO Entertainment já está com outros projetos em desenvolvimento – ainda dentro dessa temática criminal, e abordando casos polêmicos, há uma série sobre feminicídio que, segundo o produtor, está bem estruturada para ser feita e conversas com grandes players sobre o projeto já estão em andamento. 

"É importante contarmos nossas histórias. O audiovisual brasileiro cresceu muito em 2011/2012, com a Lei da TV paga. É o que deve acontecer com a regulação do streaming também, que precisa sair o quanto antes. É importantíssimo que essa regulação inclua essa cota para os conteúdos daqui. O brasileiro pode gostar de séries internacionais, mas é legal se assistir, assistir à sua história, feita por brasileiros para brasileiros. Espero que a lei que está tramitando contemple isso e que ela saia logo", concluiu David. 

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