Depois de mais de uma década de espera, o retorno de Madonna ao Brasil foi finalmente confirmado. Planejado como um show único, e gratuito, o evento será realizado na praia de Copacabana, apresentado pelo Itaú, além de ser patrocinado pela Heineken e pela Prefeitura e Governo Estadual do Rio de Janeiro. Com proporções equivalentes ao Réveillon, Madonna finalizará a turnê que contempla os seus 40 anos de carreira em terras cariocas, prometendo a maior pista de dança do mundo.
É interessante entender o simbolismo da turnê de Madonna. Em uma indústria que excessivamente busca pelo novo e delimita um prazo de validade especialmente curto para mulheres, a artista, no auge dos seus 65 anos, atravessa quatro décadas de trabalho com a "The Celebration Tour". É indiscutível o impacto de Madonna na cultura pop e em como o seu nome desperta engajamento através de uma carreira que se mistura com o surgimento de elementos da música pop que perduram até hoje. Estamos em 1980, a MTV surge e há a explosão dos videoclipes. Em uma Nova York em combustão e com sede de fazer história, Madonna toca em temas até então poucos debatidos como a sexualidade feminina, o erotismo e a comunidade LGBTQ.
Quarenta anos depois, o Itaú contou com a artista em seu novo posicionamento de marca visando o próximo centenário da empresa. Com uma nova identidade visual, o projeto busca tornar a marca mais humanizada, orgânica e contemporânea. Repleta de personalidades consagradas em seus respectivos campos de trabalho, a campanha "Feito de Futuro" já indicou o potencial da parceria entre banco e Madonna, que registrou crescimento de demanda no Brasil após a apresentação do filme estrelado pela cantora no intervalo do "Jornal Nacional".
De acordo com os dados da Parrot Analytics, a demanda da artista dobrou no final de março com os rumores, e expectativas, da sua vinda no Brasil. Madonna alcançou um pico de demanda de 120 vezes a média de todos os talentos mapeados pela empresa, tendo o Brasil como o segundo mercado de maior patamar, sendo inferior apenas aos Estados Unidos. Como dito no comercial apresentado pelo Itaú, os conceitos da cantora e da marca se misturam com a afirmação de que ela está vindo para o futuro, assim como o banco.
Mas um outro ponto importante dessa equação é a audiência que engaja com o artista. A exemplo da recente edição do Lollapalooza, faça chuva ou faço sol, na lama ou no concreto, o fã brasileiro está disposto a cantar em plenos pulmões para os seus ídolos. Tendo como recorte a prévia do primeiro trimestre de 2024, há uma mescla entre artistas nacionais e internacionais entre os cantores mais demandados do mercado brasileiro.
A partir do ranking é possível entender o engajamento e fidelidade de uma audiência. Apesar de estarem em hiato desde 2022, devido ao serviço militar obrigatório na Coréia do Sul, o BTS conseguiu construir uma marca forte o suficiente para se manter relevante até o seu retorno, previsto para 2025. O grupo mais expoente do fenômeno K-Pop, que conta com outros três grupos no ranking analisado, conseguiu superar a barreira linguística ao conquistar o topo do ranking brasileiro. Cerca de 75% da audiência global do grupo é composta pela Gen Z, e cerca de 68% é composto por mulheres. Estamos falando de um fenômeno que além de já ter nascido digital mostra a força de seu engajamento nas mais diferentes redes sociais.
Apesar do pop ser o gênero que perpassa a maioria dos artistas no ranking, quando analisamos os principais nomes brasileiros temos a influência de outras notas musicais. É o funk e reggaeton de Anitta, o pagode de Ludmilla, o axé de Ivete Sangalo, o sertanejo de Luan Santana e Ana Castela, o trap de Filipe Ret. Além disso, mesmo quase 3 anos após sua morte, Marília Mendonça conseguiu manter seu legado como um nome relevante ao ter mais demanda do que outros artistas em plena atividade. Com uma lista de nomes que já são parte da história da música brasileira, resta a posteridade saber se eles também são feitos de futuro.
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