Eduardo Navarro, diretor de planejamento estratégico e regulação da Telefónica Internacional, não quis comentar as críticas feitas pelo presidente da Net Serviços, Francisco Valim, de que a empresa estaria entrando no mercado de TV para competir de maneira desleal, através da prática de dumping. ?Como eu estou fora não vou comentar essa declaração (ele está baseado na Espanha). Mas o que posso dizer é que nossa opção pelo DTH foi porque essa é a única opção de oferecer o serviço sem esbarrar na regulação?, disse a este noticiário nesta terça-feira, 29, após o debate no 7º Encontro Tele.Síntese.
Durante o seminário, o executivo disse ser ?salutar? que o Brasil tenha empresas fortes como a Net. ?O grupo econômico que controla a Net é oito ou dez vezes maior que a Telemar e a Brasil Telecom juntas. DirecTV e Sky, a mesma coisa?, disse ele. Navarro também manifestou preocupação sobre a possibilidade de a Anatel olhar o pedido de licença de DTH sob a ótica do poder de mercado significativo (o chamado PMS). ?A empresa não pode ser excluída de participar de outros mercados porque tem poder de mercado significativo na telefonia fixa?, argumentou.
Marcio Bernardi, gerente de estratégia corporativa da Telemar, disse que não há razão para as empresas de cabo temerem qualquer prática anticoncorrencial. ?Não há dumping no mercado de banda larga, nem haverá no segmento de TV?, disse ele.
Na Europa
Navarro disse também que a Comissão Européia definiu 18 mercados relevantes onde os governos poderiam intervir nas operadoras dominantes. Segundo ele, esses mercados são absolutamente diferentes. "Na Europa existe a licença única pela qual qualquer empresa pode transportar todos os sinais, inclusive o audiovisual", afirmou.