Clementino Jr. estreia no Festival do Rio com filme sobre o ativista negro Marcos Romão

O curta-metragem batizado de "Romão" (foto), de Clementino Jr., resume em um relato com dez minutos de duração um pouco da densa trajetória de lutas e conquistas obtidas por Marcos Romão, famoso ativista do movimento negro no Rio e criador do SOS Racismo na Cidade.

O filme estreia na mostra competitiva Première Brasil do Festival do Rio, na categoria "Estado das Coisas", voltada aos debates político-sociais. A primeira exibição será exclusiva para convidados no dia 13 de outubro, às 18h30, no Estação Gávea, dentro do Shopping da Gávea. Uma sessão aberta ao público também está na agenda do Festival e será no Estação Net Rio, no dia 14, às 16h30. 

Essa é a primeira vez que um filme de Clementino Jr. é selecionado no Festival do Rio, embora ele tenha 28 em sua trajetória. O filme também estará no Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul, que acontecerá de 18 a 24 de outubro, além de seguir para outros dois festivais na sequência, em Campos do Jordão e Canedo (GO). Serão seis exibições presenciais em um mês.

O diretor 

Clementino Jr. é também educador audiovisual desde 2007, lecionando em todo o Brasil, e já ganhou prêmios em diversos festivais. Foi curador em mostras e festivais e vice-presidente da Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas (ABDN) entre 2011 e 2012. Em 2008, quando iniciou o CAN, traçou o objetivo de produzir conteúdos para filmes da diáspora africana. Em outubro de 2016, inaugurou CineGeasur, um misto de Cineclube e Curso de Extensão Universitária com pauta em Cinema, Memória e Direitos Humanos. Deste modo, ele viu que não poderia deixar de registrar na memória cinematográfica do país esta figura ímpar que foi e é Marcos Romão.

O curta-metragem 

A obra é uma homenagem póstuma ao ativista social e jornalista que, em sua passagem, deixou um legado extenso sobre a defesa da dignidade humana. Isto é algo que já na abertura do documentário é percebido com o resgate de imagens de um ato emblemático na escadaria da Câmara Municipal em 1982, onde ele promoveu uma manifestação contra a foto nas capas de jornais de ação policial, em que homens negros apareciam amarrados analogamente aos tempos da escravidão.

Outro famoso evento simbólico que marcou a sociedade carioca foi o massacre da Candelária, em que Romão também se fez presente para protestar e defender as vítimas remanescentes do crime. João Marcos Aurore Romão ficou famoso entre aqueles que militam nas causas em defesa dos negros e minorias, como Romão do SOS Racismo – foi ele, juntamente com amigos de luta, que criaram este movimento de denúncias no Rio de Janeiro no final da década de 70.

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