Naturalizada brasileira, Madame Durocher chegou ao país aos sete anos de idade, fugida de Paris, com sua mãe. Matriculou-se no Curso de Partos na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1833, e com 24 anos, tornou-se a primeira mulher formada como parteira. Ela atendia todas as mães necessitadas e dominava técnicas de obstetrícia mais usadas na época. Teve papel importante nas políticas de saúde pública – algo raro naquele tempo para uma mulher – e publicou diversos artigos relacionados à profissão na revista da Academia Imperial de Medicina. Logo foi nomeada parteira da Casa Imperial, sendo a responsável por trabalhar no parto da Princesa Leopoldina, filha de D. Pedro II.
Em breve, o público poderá conhecer mais sobre esta figura no filme "Madame Durocher", escrito por Rita Buzzar ("Olga", "Budapeste") e João Segall ("O Caseiro", "30 Anos Blues") que começa a ser filmado neste mês, na cidade de São Paulo. Com direção de Dida Andrade e Andradina Azevedo, o longa é uma coprodução da Nexus Cinema e Claro, e uma co-distribuição da Elo Company e Sony Pictures.
O misto entre atores nacionais e internacionais busca uma maior ambientação para as telas do cinema com nomes como Marie-Joseé Croze ("O Escafandro e A Borboleta" e vencedora de Melhor atriz em Cannes 2003 por "As Invasões Bárbaras"), Sandra Corveloni (Melhor atriz em Cannes 2008 por "Linha de Passe", indicada quatro vezes ao Grande Prêmio da Academia Brasileira de Cinema, sendo vencedora em 2018 como melhor atriz coadjuvante por "A Glória e a Graça"), Jeanne Boudier (debutou na tela grande, já como protagonista, no drama "Deslembro", em 2018), Isabel Fillardis ("Orfeu", "O Homem Nu"), Armando Babaioff ("Prova de Coragem", "Homem Livre"), Fernando Alves Pinto ("Terra Estrangeira", "Dois Coelhos", "Nosso Lar"), André Ramiro ("Tropa de Elite") e Mateus Solano ("Benzinho", "Crô em Família", "Confia em Mim"), entre outros. É Sandra Corveloni (foto) quem interpreta a personagem-título.
"Esse filme demorou mais de dez anos para ser realizado, então é com grande emoção que estamos realizando 'Madame Durocher'. Ele está sendo feito com bastante carinho, paixão e dedicação por toda a equipe porque o importante é contar a história da Madame Durocher. É uma história que vale a pena ser conhecida, de uma mulher importante. Durante muitos anos, as mulheres não tiveram voz nesse país, não tiveram presença, ou a presença delas foi esquecida ou alijada da história do Brasil e finalmente hoje em dia estamos começando a reconhecer mulheres, cidadãs que fizeram a história do Brasil", comenta a roteirista e produtora Rita Buzzar.