Ancine divulga projetos contemplados no Concurso Produção para Cinema

Nesta semana, a Ancine divulgou a lista final da chamada do Concurso Produção para Cinema 2018, o primeiro da agência com cotas de gênero e raça. Serão investidos R$100 milhões pelo Fundo Setorial do Audiovisual, o FSA, em 42 projetos de longas-metragens. O valor total será dividido da seguinte maneira: R$60 milhões na Modalidade A, destinada aos projetos de longas de ficção, documentário e animação sem distinção de objetivos comerciais ou artísticos, e os outros R$40 milhões na Modalidade B, voltada aos projetos de perfil autoral e propósitos artísticos. A chamada contemplou 22 projetos na Modalidade A e 20 na Modalidade B.

Os números de projetos com direção de mulheres e negros surpreenderam e ficaram acima das cotas estabelecidas – no caso das cotas de no mínimo 35% dos recursos para projetos dirigidos por mulheres cisgênero, transexuais ou travestis, foram contemplados oito do total de 20 projetos, número que representa um percentual de 44,5% do orçamento total, sendo quase 10 pontos percentuais acima da cota mínima. Já em relação aos projetos assinados por diretores negros, também registrou-se um bom desempenho: do mínimo de 10% dos recursos disponíveis para diretores negros (pretos e pardos) ou indígenas, foram contemplados cinco dos 20 projetos totais, um percentual de 26,4% do orçamento geral, o que significa mais que o dobro da cota prevista.

Indutores regionais também foram aplicados em ambas as modalidades. O edital determinou que no mínimo 30% dos recursos disponíveis fossem alocados em projetos de produtoras independentes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, a região CONNE do país, e que no mínimo 10% dos recursos fossem alocados em projetos da região Sul e dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, a região FAMES. Na Modalidade A, apenas os estados do FAMES bateram a cota, com dois projetos; enquanto na Modalidade B, tanto CONNE quanto FAMES atingiram suas cotas, com 33% e 24,4%, respectivamente.

Ao todo, produtoras sediadas no CONNE receberam R$15 milhões na Modalidade A e R$13,2 milhões na Modalidade B, com seis projetos em cada uma, num total de R$28,2 milhões. Já as produtoras do FAMES receberam R$12,2 milhões na A, com três projetos, e 9,7 milhões na B, com cinco projetos, em um total de R$21,9 milhões. Em dados gerais, as produtoras fora do eixo Rio-São Paulo receberam R$50,2 milhões.

Em relação aos portes das empresas, 30 contempladas foram classificadas nos níveis mais iniciantes, ou seja, 1, 2 e 3, enquanto 12 produtoras são representantes dos níveis mais altos, o 4 e o 5. Na Modalidade B, os números chamam atenção: 15 das 20 produtoras contempladas têm classificação de no máximo nível 3.

O anúncio foi feito nove dias antes da data prevista no cronograma do edital. No site da Agência, estão disponíveis para consulta as Atas das duas comissões de seleção com os resultados, tanto da Modalidade A quanto da Modalidade B.

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