Roteirista Duda de Almeida conta histórias de pessoas reais em "Angela" e "As Aventuras de José e Durval"

Duda de Almeida (Foto: Divulgação)

Duda de Almeida é roteirista e já assinou trabalhos para o Globoplay, Porta dos Fundos, Prime Video e Netflix, com destaque para a série nacional de sucesso "Sintonia". Seus projetos mais recentes são o longa-metragem "Angela", que conta a história da socialite Ângela Diniz, e a série "As Aventuras de José e Durval", Original Globoplay em parceria com a TV Globo e produção da O2 Filmes inspirada na trajetória da dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó. 

O filme "Angela", que retrata a vida da socialite mineira Ângela Diniz (Isis Valverde), mostra a história de uma paixão que termina em um dos casos de assassinato mais famosos de todos os tempos no Brasil. Com roteiro de Duda de Almeida e direção de Hugo Prata, o longa é focado nos últimos meses de vida de Ângela Diniz e nas consequências de sua conturbada relação amorosa com o empresário Raul (Gabriel Braga Nunes). A produção é da Bravura Cinematográfica com coprodução da Star Productions. A estreia nos cinemas está marcada para a próxima quinta-feira, dia 7 de setembro. 

"Contar uma história é sempre uma forma poderosa de gerar identificação e potencializar debates para além do entretenimento", afirmou Duda em entrevista para TELA VIVA. "A proposta desafiadora de um recorte teatral ao centralizar a história num período de tempo curto foi o que mais me chamou a atenção no projeto. Além disso, atualizar a vivência de Ângela para uma geração que não a conhece, criando uma identificação com ela e com os demais personagens do filme", acrescentou. 

Isis Valverde em "Angela" (Foto: Bravura Cinematográfica)

Nesse sentido, Duda ainda falou sobre seu principal desafio com esse roteiro, que foi a ficcionalização em cima de fatos e pessoas reais: "Eu não tinha entrevistas em vídeo de Ângela para ver como ela elaborava sua fala. Estava restrita ao que outras pessoas diziam dela – e isso é sempre perigoso. Tentei me guiar principalmente por depoimentos de amigas". 

E apesar de contar a história de uma mulher, o filme conta com um homem na direção – "a realidade do audiovisual do Brasil ainda é essa, a maioria das pessoas em cargos de direção são homens", ressalta a roteirista. No entanto, ela celebra: "O Hugo Prata tinha consciência de que o olhar feminino era o coração do filme e me deixou livre com o roteiro. Não questionou nenhuma linha". 

No último mês, outro projeto em que Duda atuou foi lançado: a série "As Aventuras de José e Durval", Original Globoplay inspirado na vida e nas canções da dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó. Em cena, os irmãos Rodrigo e Felipe Simas interpretam os protagonistas nas fases adolescente e adulta. Durante a época em que a série percorre a infância dos músicos, os estreantes Pedro Tirolli e Pedro Lucas são, respectivamente, José e Durval.  

Araci (Andréia Horta), Durval (Felipe Simas), José (Rodrigo Simas) e Mário (Marco Ricca) de "As Aventuras de José e Durval" (Foto: Aline Arruda)

Com produção da O2 Filmes e do Globoplay em parceria com a TV Globo, a série também conta com Andréia Horta, Marco Ricca, Màrjorie Gêrardi, Larissa Ferrara, Augusto Madeira, Thiago Brianti e grande elenco. "As Aventuras de José & Durval" tem produção de Andrea Barata Ribeiro e Bel Berlinck, direção geral de Hugo Prata e direção de episódios de Hugo Prata e Kitty Bertazzi. Os roteiros são de Duda de Almeida, Dan Rossetto e Rafael Lessa, que assina como roteirista-chefe.  

"O nosso processo de pesquisa incluiu uma série de entrevistas com eles, onde podemos ouvir dos próprios Chitãozinho & Xororó sua versão dos fatos. Então estávamos seguros dos acontecimentos reais e sabíamos quando precisaríamos ficcionalizar algo também", contou. 

Em comum, os dois projetos contam histórias de pessoas reais. "Eu me interesso muito pelo real – mas, às vezes, para atingir a essência do que é real na tela, a gente precisa ficcionalizar também. Mesmo que eu não escreva uma história biográfica, me esforço para que meus personagens sejam os mais reais possíveis. Sendo assim, não vejo tanta diferença entre uma coisa e outra – exceto que a pesquisa biográfica geralmente está pronta e, quando vou estudar sobre determinado tipo de pessoa para desenvolver um personagem, pode ser mais difícil me inserir dentro de determinado contexto", analisou. 

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