9º Congresso Brasileiro de Cinema e Audiovisual discute futuro do setor em Brasília

Em dezembro, Brasília será palco do 9° Congresso Brasileiro de Cinema e Audiovisual (CBCa), celebrando os 70 anos de fundação da iniciativa que visa pensar e promover políticas públicas que fomentem a produção e distribuição nacional. Esta edição homenageará o casal Luiz Carlos Barreto e Lucy Barreto, maiores produtores do cinema nacional na atualidade, responsáveis por cerca de 80 filmes.

Fundado em 1952, o Congresso tem importância histórica por representar a luta do setor por leis e políticas públicas que viabilizam a produção e distribuição de filmes e produtos audiovisuais, além de incentivar o consumo e a sensibilização de novos públicos.

Realizado pela primeira vez na capital federal, o CBCa contará com a participação de mais de 70 associações e sindicatos de cinema, além de congregar mais de 300 convidados nacionais e internacionais. "É bem propício que o Congresso seja realizado em Brasília neste momento, tanto pela proximidade com os poderes públicos quanto pela crescente relevância da produção audiovisual da cidade", observa Rojer Madruga, diretor-presidente desta edição do Congresso.

A expectativa do evento é atingir cerca de 20 mil espectadores, por meio das transmissões virtuais e simultâneas das cerimônias, mesas e palestras.

Demanda por regulamentação

Quando se fala no ambiente digital, o audiovisual brasileiro é responsável por 80% do tráfego na internet e conta com uma produção média anual de 3 mil obras audiovisuais que, por sua vez, recebem prêmios em importantes festivais internacionais e difundem a imagem positiva do país no exterior.

Além disso, o Brasil está entre os cinco maiores consumidores de conteúdo audiovisual do mundo.

Uma das demandas dos agentes do setor é colocar o país no mesmo patamar em termos de produção e distribuição, especialmente no que tange a regulamentação do VOD ou Streaming.

"É urgente e necessário uma ampla mobilização do setor audiovisual para regulamentar leis que vão de fato beneficiar os trabalhadores e consumidores desta área", alerta André Klotzel, representante do Conselho Consultivo do Congresso Brasileiro de Cinema e Audiovisual.

Dentre os objetivos e metas para as próximas décadas, destaca-se atingir a geração de 1 milhão de empregos no setor, alavancá-lo para o posto de quinto mercado mundial de audiovisual.

A organização do Congresso almeja, ainda, estabelecer as condições necessárias para duplicar a participação e o valor adicionado ao PIB Nacional, além de alcançar um terço do marketshare de conteúdo brasileiro nas janelas de exibição inclusive dentro dos canais de Vídeo on Demand.

"O que estamos buscando nada mais é que agir como os países do primeiro mundo que exigem para si que a produção audiovisual seja presente, relevante e de alta categoria e lucratividade", complementa Klotzel.

Importância do setor

O mercado do audiovisual no Brasil movimenta cerca de R$ 55,8 bilhões por ano, o que representa 0,75% do PIB, de acordo com dados do IBGE, Ancine e Oxford Economics, que também consideram a geração anual de 657 mil empregos em 16 mil agentes econômicos.

Este mercado cresceu 8% ao ano em média na última década, com inegável relevância para o país, se firmando como o quinto maior segmento. "Muita gente não sabe, mas nosso setor gera mais riqueza e tributos do que as das indústrias técnicas, de equipamentos eletrônicos e de farmacêutica", explica Rojer Madruga, que destaca ainda que se trata de uma indústria de alta receita e baixo impacto ambiental.

O 9° Congresso Brasileiro de Cinema e Audiovisual consolida-se como um encontro amplo, que coloca a agenda do audiovisual no patamar estratégico de política de Estado. Um espaço democrático e de valorização do que o audiovisual brasileiro acumulou em seu histórico de lutas.

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