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ABTA diz que preço do serviço no país está de acordo com média internacional

Em uma entrevista coletiva nesta quinta, 2, convocada para apontar os resultados da Feira e Congresso ABTA 2010, a Associação Brasileira de TV por Assinatura apresentou um levantamento feito nas últimas três semanas para refutar afirmações feitas pelo presidente da Ancine, Manoel Rangel, durante o encontro do setor de TV por assinatura, no início de agosto. Rangel apresentou um estudo da agência sobre pacotes de operadoras em cinco países. O critério de análise foi comparar a média de preços de pelo menos duas operadoras de cada país (no caso brasileiro foram cinco), a partir dos canais no segundo pacote mais barato, excluídos canais de transporte obrigatório (must carry). O presidente da Ancine apontou na ocasião que o preço pago por canal por assinante no Brasil é substancialmente superior ao de outros países.
Metodologia
Nesta quinta, a ABTA questionou alguns critério adotados pela Ancine em seu levantamento e apresentou seu próprio estudo. Segundo Gilberto Sotto Mayor, diretor da Net Serviços e responsável pelo levantamento da associação, usar o segundo pacote mais barato em todos os países gera uma distorção. Isso porque em alguns dos países pesquisados pela agência reguladora não há uma oferta tão variada de pacotes como no Brasil. Segundo ele, no Chile o segundo pacote mais barato é equivalente a um dos pacotes mais caros no Brasil. Ou seja, naquele país o pacote estudado teria número de canais maior, reduzindo o custo por canal. "O pacote mais barato é a barreira de entrada do assinante, não um pacote superior", disse. Sotto Mayor apresentou ainda um dado que estaria equivocado no levantamento da Ancine. Segundo ele, o valor adotado como sendo o do segundo pacote mais barato na Argentina era na verdade um valor adicional a ser pago na migração do pacote inferior.
Em sua apresentação, a ABTA questiona ainda que alguns dados econômicos não foram levados em conta no estudo da Ancine. A desvalorização do dólar e do euro frente ao real deveria ser levada em conta. Portanto, em seu estudo a ABTA incluiu uma análise de sensibilidade ao câmbio, tomando como referência os valores de janeiro de 2009, anteriores à crise internacional.
Custo do conteúdo local
A associação também aponta que o custo do conteúdo, sobretudo local, também é mais caro no Brasil. Isto porque nos Estados Unidos o mercado local, bem como o internacional, conta com maior escala. O mesmo aconteceria nos países de língua espanhola. No Brasil, contudo, a capacidade de exportação de programação não é tão expressiva. É claro que a questão fiscal, já levantada quando Rangel fez a sua apresentação, durante o Congresso da ABTA, também foi lembrada. Segundo Sotto Mayor a carga tributária para o setor de telecomunicações pode chegar a 50% no Brasil. Além disso, o imposto de importação de equipamentos para montagem das redes é de 70%, contra 20% em países como o Chile.
O critério mais controverso questionado pela ABTA foi a retirada dos canais obrigatórios (must carry) do cálculo da Ancine. "O bem mais escasso da TV por assinatura é o espectro", disse Sotto Mayor. Carregar os 21 canais obrigatórios (no caso da cidade de São Paulo) teria um custo aos operadores, ainda que não tenham que pagar pelo conteúdo em si. Além disso, afirmou, há percepção de valor desses canais por parte dos assinantes".
Por fim, o estudo da ABTA incluiu ainda três países a mais em sua amostragem: França, Noruega e Reino Unido. Além destes, foram usados os mesmo países adotados pela Ancine: Espanha, Argentina, Chile, Brasil e Portugal.
O estudo
O levantamento da ABTA, após as correções e as mudanças na metodologia, aponta que a assinatura média do pacote de entrada no Brasil não destoa da apresentada nos países selecionados. No Brasil, o valor apontado pela associação é de US$ 23,56 (câmbio de 01/2009), abaixa da média de US$ 25,66 nos países selecionados, com preços que variam de US$ 36,11, na Noruega, a US$ 18,24, em Portugal.
Em relação ao custo por canal por assinante no Brasil, segundo o estudo da ABTA, que não descartou os canais obrigatórios, o país está próximo à média nos países selecionados, ainda um pouco acima. O preço médio no Brasil é de R$ 1,46 (R$ 1,52 no pacote estendido e R$ 1,39 no pacote básico), contra R$ 1,39 na média nos países estudados. Antes de apresentar o levantamento de custo por canal, Sotto Mayor desqualificou a métrica. "Preço por canal é métrica sem alta relevância", disse, afirmando que o que importa é a percepção de valor por parte do assinante. Ele lembrou que entre os canais que compõem o line-up, há canais pagos, gratuitos e canais que pagam para ser transportados.
Conclusões
Para a ABTA, o forte crescimento do setor no Brasil nos últimos cinco anos é prova concreta de que o custo praticado no país está de acordo com a realidade de mercado. "O setor já entrou em um círculo virtuoso", disse, lembrando que a base de assinantes duplicou no período.
Segundo o presidente da ABTA, Alexandre Annenberg, há espaço para a redução de preços, mas isso passa pelo aumento de escala. Ele lembrou que há a promessa de expansão do setor ainda mais significativa com a distribuição de novas licenças e a entrada das teles, que contam com redes mais capilarizadas.
O estudo está disponível para download na home page de TELA VIVA (www.telaviva.com.br).

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