A Globopar divulgou esta semana a receita líquida do primeiro semestre do grupo. Ainda que os números sejam referentes ao período encerrado em junho, é possível ter uma idéia do desempenho que as Organizações Globo terão ao longo do ano. Até junho, a receita líquida acumulada nos números consolidados da Globopar era de R$ 2,251 bilhões, o que representa R$ 434,4 milhões a mais em relação ao mesmo período de 2003. Estes números incluem as receitas da TV Globo (que inclue Globo.com) e as participações da Globopar (incluindo a participação do grupo na Net, na Editora Globo, a Globosat, participação no Telecine, gráfica, Som Livre, mas sem incluir a Sky). O EBITDA consolidado do grupo foi de R$ 613,9 milhões no semestre, contra R$ 266,7 milhões no mesmo período de 2003. Apesar do crescimento em receitas, o prejuízo do grupo Globo, conforme os números, foi de R$ 386,4 milhões no primeiro semestre, decorrente de variação cambial. No mesmo período de 2003 o resultado final havia sido positivo em R$ 599 milhões, também maquiado por variações cambiais. A dívida contratada ou garantida diretamente pela Globopar e TV Globo chegou em junho a US$ 1,574 bilhão.
TV Globo
Individualmente, a TV Globo ainda é o grande negócio do grupo, e o crescimento no primeiro semestre significou quase todo o crescimento de receita registrado pela Globopar na comparação com o ano anterior. A TV Globo teve receita líquida no primeiro semestre de R$ 1,68 bilhão, contra R$ 1,28 bilhão no mesmo período de 2003. Apesar do crescimento de receitas, as despesas aumentaram, para R$ 1,216 bilhão, contra 1,11 bilhão no primeiro semestre de 2003. O EBITDA ficou em R$ 258,2 milhões, contra R$ 136,6 milhões no mesmo período do ano passado. O lucro da TV no primeiro semestre ficou em R$ 15 milhões, contra R$ 53,6 milhões na comparação com os dois primeiros trimestres de 2003. Já o share de audiência cresceu expressivamente no primeiro semestre do ano, para uma média de 57%, contra 54% em 2003. No horário nobre, o share da TV Globo salta para 65% (contra 58% em 2003).
Das despesas operacionais da TV Globo no primeiro semestre, destaque para os gastos com programação ao vivo (incluindo direitos esportivos), que foi de R$ 172 milhões (contra R$ 154 milhões no primeiro semestre de 2003); filmes, com R$ 132 milhões (contra R$ 92 milhões); e elenco, com R$ 44,7 milhões (contra R$ 38,7 milhões). As despesas com produção de dramaturgia, shows e engenharia ficaram em R$ 590 milhões (contra R$ 542,4 milhões em 2003); e o jornalismo custou R $ 113 milhões (contra R$ 89 milhões).
TV paga
O resultado da Globosat também apresentou melhoras no primeiro semestre do ano em comparação com o mesmo período de 2003. A receita líquida total foi de R$ 175,7 milhões, contra R$ 142,3 milhões em 2003, e o EBITDA ficou em R$ 58,7 milhões, contra R$ 34,6 milhões no mesmo período do ano anterior. O Telecine (onde a Globosat é sócia em 50%) teve receita líquida no primeiro semestre do ano de R$ 90,4 milhões, contra uma receita líquida de R$ 109,7 milhões no igual período de 2003. A queda se deve ao fim da operação em Portugal e a algumas mudanças fiscais.
