Serviços de telecomunicações crescem menos em 2023

O mercado de telecomunicações no Brasil tem crescido menos em 2023 em comparação com o período da pandemia e mesmo na comparação com mesmo período do ano de 2022. Os quatro serviços principais acompanhados pela Anatel (TV por assinaturabanda largatelefonia móvel e telefonia fixa) apresentaram perda ou desaceleração no número da base de clientes. O levantamento feito pelo TELETIME considerou o acumulado de acessos até maio nos últimos quatro anos, com base nos dados da Anatel.

Banda larga

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Arte: Danilo Paulo/Teletime

Os números de clientes de Internet banda larga no país seguem crescendo, mas de forma menos acelerada. Entre maio de 2020 e dezembro de 2019, início da pandemia, o setor teve aumento de 3,02% na base de clientes. No mesmo período do ano seguinte, 2021, o salto foi maior: 7,42% ou 2,69 milhões de novos acessos. Já em 2022 o crescimento foi de apenas 1,69%, enquanto maio de 2023 encerrou em 1,1% – o pior desempenho do período nos últimos quatro anos.

Ainda assim, entre os quatro serviços principais de telecomunicações, a banda larga foi o setor que teve melhor desempenho. A alta expressiva no acumulado de 2021 (7,42%) coincide com parte das mudanças de hábito da população, que demandou mais das plataformas de trabalho remoto e aprendizado à distância – o que pode ter elevado a base de clientes nos dois anos iniciais da pandemia. Muitos analistas já apontaram que o que acabou acontecendo foi uma antecipação de demanda, o que explicaria a desaceleração nos anos subsequentes.

E, de fato, à medida que a pandemia se estabiliza e as atividades presenciais são retomadas, a demanda pelo serviço entra em desaceleração. Esse movimento é observado especialmente no acumulado de de 2021 até maio de 2022 (quando o setor ganhou apenas 703 mil clientes) e no mesmo período deste ano (quando o saldo foi de apenas 500 mil, o pior dos últimos quatro anos).

Telefonia móvel

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Arte: Danilo Paulo/Teletime

A variação dos acessos padrões de telefonia móvel entre maio de 2020 e dezembro de 2019 foi de -1,07%. Já no mesmo período de 2021, o resultado foi positivo (3,42%), mas o crescimento desacelerou em 2022 (1,54%). Entre maio de 2023 e dezembro de 2022 o saldo voltou a ser negativo (-1,1%) e retornou ao patamar observado em 2020.

A venda da operadora Oi para a Claro, TIM e Vivo, concluída em abril de 2022, é uma das razões que podem explicar a baixa do setor. Isso porque diversos chips inativos foram desativados após a incorporação dos novos clientes pelas outras companhias. Até fevereiro de 2023, por exemplo, cerca de 13 milhões das 41,8 milhões de linhas adquiridas pelas teles foram canceladas. Isso representa uma perda de 31,1% das linhas.

TV por assinatura 

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Arte: Danilo Paulo/Teletime

Os acessos de TV por assinatura seguem em ritmo de queda no Brasil, e nesse caso a aceleração no ritmo de queda foi intenso. De acordo com dados da Anatel, em maio de 2023, o setor tinha 11,53 milhões de assinantes pagantes, enquanto em dezembro de 2022 eram 12,5 milhões – redução de 7,7% ou 962 mil clientes. A variação no acumulado de 2022 até maio foi maior que a do mesmo período do ano passado, quando o mercado de TV paga perdeu 5,15% dos assinantes. Já os recuos em 2020 e 2021, anos iniciais da pandemia do coronavírus, foram menores, de 2,69% e 5,48%, respectivamente.

A redução da base de assinantes da TV paga chega num momento de ascensão da oferta de novos serviços de streaming (como HBO Max, Prime Video, Star+ e Disney+) no País. Essas plataformas, que não arcam com a mesma taxa tributária que operadoras de TV por assinatura, costumam cobrar mensalidades inferiores àquelas praticadas pelo setor de TV paga.

A pirataria também pode ser um dos fatores que explicam a erosão da base de assinantes da TV paga. Em 2021, por exemplo, segundo pesquisa Opinionbox/Mobile Time, 33 milhões de brasileiros acessaram a TV por assinatura de forma ilegal: ou seja, por meio de sites, IPTV pirata, TV boxes e afins. O enfraquecimento da economia brasileira nos últimos anos também é apontado como razão para a queda do setor, já que muitas famílias precisaram cortar custos diante do aumento do desemprego.

Telefonia fixa

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Arte: Danilo Paulo/Teletime

Junto com a TV por assinatura, o setor de telefonia fixa também teve resultados negativos nos últimos quatro anos. O pior resultado no acumulado entre dezembro e maio foi visto em 2020, quando o mercado perdeu 5,18% da base de clientes. No mesmo período em 2021, a queda foi de apenas 0,48%. Já em 2022, a erosão da base voltou a acelerar (-2,44%), até chegar ao patamar atual em 2023 com fuga de 2,72% dos clientes, em relação a dezembro do ano passado.

A convergência de usuários da telefonia fixa para a móvel é apontada como um dos motivos para a redução na base do setor. Com a popularização dos smartphones e oferta cada vez maior de pacotes pré e pós-pago com ligações ilimitadas para qualquer operadora, a presença do telefone fixo passou a ser algo cada vez mais dispensável nos lares brasileiros.

1 COMENTÁRIO

  1. Boa tarde, Com a forma de se trabalhar das empresas que presam muito mais o valor do produto para se obter lucros rapidamente se perdem clientes que acabam não tendo condições de arcar com os serviços na minha opinião visão errada essa uma vez que se pode obter lucro na quantidade e não no valor.

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