Qualcomm apresenta chip com ISDB-T e DVB-H integrados

A Qualcomm anunciou o chip UBM (Universal Broadcast Modem) que permite uma plataforma comum para os fabricantes de telefones celulares oferecerem aparelhos tanto para a tecnologia DVB-H (padrão europeu) quanto ISDB-T (padrão japonês, que é base do padrão brasileiro SBTVD). Durante a Futurecom 2006, a Qualcomm está demonstrando a transmissão de TV aberta (Rede Globo) para um celular de terceira geração no padrão ISDB-T. O sinal é captado do ar por meio de transmissão analógica e recodificado para digital a 308 kbps, transmitido em baixa potência, no canal 22 UHF, com um delay de quatro segundos comparado ao que é assistido na TV fixa.
O chip da Qualcomm ainda não está, obviamente, adaptado às especificidades do padrão brasileiro, que ainda está em fase de especificação.
O presidente da Qualcomm, Marco Aurélio Rodrigues, avalia que é necessário a evolução das redes para a terceira geração para a disseminação do vídeo no celular. ?Hoje, no Brasil, somente a Vivo, com a rede EVDO, teria capacidade de transmissão de TV?, explica Rodrigues.
Segundo a Jupiter Research, até 2010 haverá 500 milhões de consumidores de TV no celular mundialmente. Hoje, segundo o mesmo instituto de pesquisa, para 25% dos assinantes médios de celular a TV é o recurso mais atraente, principalmente para a transmissão de esportes. No Japão, onde a TV no celular já é uma realidade, foram adquiridos 1,2 milhão de aparelhos com essa funcionalidade entre dezembro de 2005 e agosto de 2006. ?Cerca de 120 mil deles desativaram o serviço de voz para usar o aparelho apenas como uma espécie de TV portátil?, diz Rodrigues.
Depois da adoção do padrão de TV digital ISDB-T, Rodrigues diz que será necessária a reserva de freqüências para que os investidores possam montar redes dedicadas ao oferecimento da TV móvel paga. ?Em dois ou três anos, essas faixas podem não estar mais disponíveis?, diz o executivo. Na verdade, as faixas para TV móvel já estão nas mãos dos broadcasters, já que o padrão permite a transmissão dos sinais digitais para handsets dentro do mesmo canal de televisão. No entanto, esse modelo impede a cobrança do conteúdo móvel.
Segundo a Qualcomm, a transmissão de TV aberta pelo celular não traz faturamento para a operadora. ?Ela só ganha com os chamados serviços auxiliares, como a possibilidade de gravar programas para ver mais tarde, ou assinar por programas especiais, por exemplo?, explica. Na visão da Qualcomm, a primeira fase do serviço será dominada pela TV aberta móvel e posteriormente investidores montariam redes para explorar serviços pagos, desde que haja espectro para isso. A Qualcomm é dona de uma rede nos Estados Unidos, a MediaFlo, que em parceria com a Verizon e Sprint, oferecerá um serviço comercial de TV móvel paga, cujos testes começaram no ano passado.

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