Para Gloob, conteúdo nacional é diferencial competitivo

Protagonistas de "Detetives do Prédio Azul" deixam a série nas próximas temporadas

O Gloob estreia nesta semana a animação nacional "Tronquinho e Pão Queijo", produção da Gava Produções em parceria com o canal e com coprodução da Rio Filme. Com 26 episódios, a série arrecadou R$ 1 milhão por meio do programa de investimento automático reembolsável para TV da empresa pública carioca.

"Tronquinho e Pão de Queijo" será a segunda animação nacional a estrear no canal em 2015 e a terceira em seu portfólio de conteúdo, ao lado de "SOS Fada Manu" e "Osmar, a Primeira Fatia do Pão de Forma". Além disso, o canal exibe o programa "Tem Criança na Cozinha" e as séries "Gaby Estrella", "Detetives do Prédio Azul" e "Buuu!".

Segundo a gerente de programação e conteúdo Paula Taborda, o Gloob está apostando no conteúdo nacional como diferencial competitivo no mercado, e seguirá investindo na produção regional para ampliar sua presença na grade. Para 2016, diz, o canal já tem planejadas as estreias das novas temporadas do programa "Tem Criança na Cozinha", da animação "SOS Fada Manu" e das séries de live-action "Buuu!" e "Detetives do Prédio Azul", que passará por reformulação. "A produção nacional faz parte do planejamento do canal desde seu lançamento, em 2012. A proposta do canal é se diferenciar com esse conteúdo. Entendemos que o processo de identificação com o público ocorre de maneira mais fluida com conteúdo nacional", afirma.

De acordo com ela, as atrações nacionais estão sendo bem recebidas pelo público, com algumas delas aparecendo entre os programas com maior audiência do canal. "Buscamos abordar temas universais para nosso público, mas ao mesmo tempo inserir elementos culturais regionais. Esse modelo vem dando certo e o público vem recebendo muito bem esse conteúdo. Nosso campeão de audiência, por exemplo, é o DPA", afirma a profissional.

Produção

Segundo a gerente de conteúdo, o canal está explorando diferentes modelos de negócios e financiamento no processo de expansão do seu portfólio de conteúdo nacional. "Adotamos modelos diferenciados. Em alguns projetos investimos para ter a totalidade dos direitos sobre o projeto, outros utilizam recursos do FSA em um modelo de coprodução (casos de 'SOS Fada Maju' e 'Osmar, a primeira Fatia do Pão de Forma'). 'Tronquinho e Pão de Queijo', por sua vez, veio da Rio Filme. Então não existe modelo majoritário, é preciso conversar e negociar com o produtor para encontrar a melhor equação para os dois lados", explica.

Paula exalta a evolução do mercado de produção infantil e animação no Brasil ao longo dos últimos anos, mas também afirma que ainda há gargalos a serem preenchidos. De acordo com ela, os principais desafios se encontram na fase de criação de novos roteiros. "O mercado se desenvolveu muito nos últimos anos, mas ainda precisa desenvolver muito mais. Na parte de processos de produção o Brasil está muito bem colocado, com profissionais talentosíssimos. Mas ainda falta treino e mão de obra qualificada, principalmente na área de roteiro."

Para suprir essa demanda, ela revela que o canal vem utilizando consultoria de profissionais internacionais no desenvolvimento de novos projetos. "Nossas novas produções tem um consultor internacional. O objetivo é manter o DNA do canal com aventura, humor e ação de uma maneira que chame a tenção do público infantil e cumpra a função de entretenimento. Para isso, estamos convidado algumas pessoas de fora para prestar consultorias no desenvolvimento de roteiros", explica.

Exportação

De acordo com Paula, o Gloob acredita que as produções nacionais, com destaque para as animações, tenham potencial de exportação para outros países. O canal, diz, vem representando suas produções em mercados internacionais e já conta com algumas negociações em andamento. "Temos equipe de vendas de conteúdo internacional e estamos frequentando mercados e congressos internacionais. Temos mais facilidade com as animações que com o live-action. É uma iniciativa que já temos há algum tempo, mas é um mercado que ainda não está acostumado com essas produções. Temos negociações em andamento, mas é um trabalho que avança de forma lenta e gradual", afirma.

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